O comércio varejista brasileiro deve perder 11,3 bilhões de reais em vendas devido aos feriados de 2018. A estimativa foi divulgada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O valor representa um aumento de 15% em relação à projeção feita para 2017. Esse avanço é explicado pela previsão de crescimento nas vendas do comércio para o próximo ano, já que o número de feriados e pontes em 2018 será o mesmo que em 2017. O ano que vem terá nove dias de feriado nacional e cinco pontos facultativos.
Guilherme Dietze, assessor econômico da FecomercioSP, diz que a redução de faturamento provocada pelos feriados representa somente 0,6% das vendas do comércio. “Embora alguns setores tenham diminuição de vendas, outros acabam faturando mais.”
Segundo ele, a expectativa é que as vendas de 2018 cresçam em ritmo acelerado, influenciadas pelo aumento do crédito. Dietze afirma que as concessionárias e lojas de eletrodomésticos já sentiram em 2017 os efeitos dor retorno do crédito. “Já houve aumento de vendas para esses segmentos. Esse movimento deve se intensificar em 2018.”
Reforma trabalhista
Para a FecomercioSP, não há espaço para a discussão da revisão de pontes e feriados, pois outros segmentos econômicos importantes se beneficiam das folgas, como aqueles ligados ao turismo – transporte, hospedagem, passeios e cultura.
Segundo a entidade, a reforma trabalhista deve reduzir os custos das empresas que funcionam nos feriados. A reforma permite que empresa e trabalhador negociem a troca do dia do feriado. Outra facilidade é a possibilidade de contratar pelo regime intermitente para datas específicas.
“Muitas empresas reclamavam que não tinham condições de abrir pagando hora-extra aos funcionários nos feriados. Agora, ficará mais fácil, pois dá para negociar a troca”, afirma o assessor econômico.
Segundo a entidade, as pequenas e médias empresas tinha dificuldade para abrir as portas nos feriados devido aos custos trabalhistas. “A FecomercioSP entende que a nova legislação facilitará essa decisão e haverá a negociação entre empregado e empregador sobre a possível abertura.”