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Como o política tarifária de Trump pode afetar a Vale (VALE3)?

Tarifa sobre o aço deve ter pouco impacto sobre a companhia, mas guerra tarifária entre EUA e China preocupa

Por Camila Barros Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 12 fev 2025, 17h19
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No início da semana, o presidente americano, Donald Trump, assinou um decreto impondo uma tarifa de 25% sobre todo o aço importado pelos Estados Unidos. A medida deve impactar significativamente o setor siderúrgico brasileiro, já que quase metade das exportações nacionais do metal tem os EUA como destino. Apesar de o minério de ferro ser a principal matéria-prima do aço, o setor de mineração não deve sofrer o mesmo efeito. Para analistas ouvidos por VEJA, a Vale (VALE3), maior mineradora do país e empresa de maior peso no Ibovespa, não deve sentir impactos com a taxação.

Na visão de um gestor de um grande fundo de ações que detém posição em Vale, e falou na condição de anonimato, o impacto para a mineradora é bastante reduzido.  Se a produção de aço cair no Brasil ou em outro país, a demanda deve migrar para mercados onde a tarifa imposta por Trump deixe de vigorar ou seja menor, elevando o consumo de minério.

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“Se a tarifa de 25% for permanente, os americanos comprarão aço de outro país”, diz a fonte. “Esse país terá duas opções: reduzir as vendas para outros mercados ou comprar do Brasil e revender aos EUA, tornando o Brasil um intermediário no fluxo.”

Desse modo, explica o gestor, a demanda pelo minério não será afetada estruturalmente, mesmo que ruídos de curto prazo interfiram na direção dos mercados e das ações das empresas do setor. “Sempre tem o ruído de curto prazo até ajustar as cadeias de produção, mas no médio prazo não é um assunto que deveria gerar impactos para a Vale”, afirma.

A política econômica protecionista de Donald Trump, no entanto, não deve passar despercebida pela companhia. “Mais do que a taxação sobre o aço, o que prejudica a Vale são as tarifas de 10% para a China”, diz Igor Guedes, analista de mineração da Genial Investimentos. Desde o início de fevereiro, os EUA aplicam tarifas extras de 10% sobre todos os produtos chineses importados. Em retaliação, a China impôs taxas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito (GNL) dos EUA, além de 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis.

A guerra tarifária entre as duas potências preocupa o setor de mineração porque a China é, de longe, o maior importador de minério de ferro do mundo, respondendo por cerca de 70% das compras globais anuais. O país asiático também é o principal destino do minério de ferro brasileiro, absorvendo 71% das exportações do Brasil, e o maior parceiro comercial da Vale.

“A China importa minério de ferro do Brasil e exporta produtos de valor agregado para os EUA”, explica Igor Guedes, da Genial Investimentos. “A tributação americana prejudica essa dinâmica.” Com as tarifas, os produtos chineses tendem a encarecer nos EUA, o que pode reduzir sua demanda no país – o que, por consequência, poderia afetar a demanda por minério na China. 

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Economia vacilante

Desde a pandemia, a economia chinesa enfrenta dificuldades para manter o ritmo de crescimento que sustentou até a década de 2010. Atualmente, o país enfrenta uma severa crise imobiliária, à medida que a queda na demanda por novas moradias deixou grandes imobiliárias endividadas. Símbolo da crise, a gigante do mercado imobiliário Evergrande teve sua falência decretada no início de 2024, com uma dívida de 300 bilhões de dólares – a maior do mundo para o setor.

Ao longo do ano passado, Pequim entrou em açaõ injetando uma série de estímulos ao mercado interno. Como resultado, o país conseguiu alcançar sua meta de crescimento de 5% no ano.

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