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Condenado pela CVM, indicado de Bolsonaro desiste do conselho da Petrobras

Em 2016, o geólogo John Forman foi multado em 338,5 mil reais por ter usado informações privilegiadas para negociar ações de uma petroleira

Por Larissa Quintino Atualizado em 16 jan 2019, 17h31 - Publicado em 16 jan 2019, 10h08

A Petrobras informou nesta quarta-feira, 16, que recebeu carta de renúncia do geólogo John Forman à sua indicação ao conselho de administração da companhia. Forman havia sido um dos três nomes apontados pelo governo Bolsonaro para assumir vagas abertas no colegiado. Em 2016, Forman foi condenado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por se beneficiar de informações privilegiadas para vender ações. 

Segundo o comunicado da companhia, Forman agradeceu o convite para participar do conselho e informou que as razões para tal decisão são de ordem pessoal, “visando a evitar qualquer tipo de constrangimento ou problema para a companhia, considerando as notícias veiculadas na imprensa, desde a sua indicação, sobre condenação em processo na CVM, que se encontra atualmente em discussão no Judiciário”.

Forman foi conselheiro da companhia petroleira HRT (atualmente PetroRio)  entre 2009 e 2012. Em setembro de 2016, foi condenado pela CVM a pagar multa de 338,50 mil reais por uso de informações privilegiadas na venda de ações da companhia antes da divulgação de notícias negativas em 2013. O valor da punição equivale a duas vezes o ganho com a venda das ações.

Segundo a CVM, a venda de ações foi feita antes da divulgação de fato relevante com resultados negativos de um poço na Namíbia. “Somente a ciência dos resultados preliminares do poço de Murombe-1 poderia justificar a alteração repentina no comportamento de John Forman, que atuou na direção contrária daquela que vinha atuando, admitindo vender ações por preço inferior ao praticado naquele momento no mercado”, disse a CVM em comunicado na época da condenação. 

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As indicações feitas pelo governo precisam ser confirmadas pela companhia. Segundo a Petrobras, os nomes são submetidos a procedimentos de “governança corporativa da companhia, incluindo análises conformidade e integridade requeridas pelo processo sucessório da companhia, com apreciação pelo Comitê de Indicação, Remuneração e Sucessão, e pelo Conselho de Administração e, posteriormente, pela Assembleia-Geral de Acionistas”.
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O governo federal é controlador da companhia e, por isso, tem direito a indicar oito das onze vagas do conselho.  As outras três cadeiras são destinadas a representantes de minoritários e empregados da companhia. Com isso, Bolsonaro precisará indicar um novo nome para o colegiado. 
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