As contas públicas do Brasil registraram superávit primário de 14,8 bilhões de reais em outubro, ante superávit de 27,1 bilhões de reais em outubro de 2022. No acumulado do ano, entretanto, o déficit é de 114,2 bilhões de reais, equivalente a 1,08% do PIB. Até setembro, a dívida estava em 0,97% do PIB.
No mês passado, a área econômica do governo aumentou a projeção do rombo para este ano, subindo de 141,4 bilhões de reais para 177,4 bilhões de reais, ou seja, de 1,3% para 1,7% do PIB.
O aumento do rombo nas contas públicas mostra a dificuldade do governo Lula na questão fiscal. No começo do ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tinha como objetivo entregar o déficit em 100 bilhões de reais em 2023 – algo em torno de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Já para 2024, a meta do governo – estipulada no novo arcabouço fiscal — é de zerar o déficit nas contas. A meta já foi colocada em dúvida pelo próprio presidente Lula (PT).
O superávit primário considera que as receitas superaram as despesas, sem incluir o pagamento de juros da dívida pública. No caso do déficit, a lógica é oposta.
Somente em outubro, o governo central registrou superávit de 19,5 bilhões de reais, enquanto os governos regionais e estatais tiveram déficit. Foram 3,9 bilhões de reais dos governos e 805 milhões das estatais.
Dívida
A dívida bruta do Brasil chegou em 74,9% do Produto Interno Bruto (PIB) e fechou o mês de outubro em 7,9 trilhões de reais, 0,3 ponto a mais que no mês anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 6, pelo Banco Central. No ano, a elevação foi 1,8 ponto percentual. A dívida bruta é calculada com base nas contas do governo federal, INSS, governos estaduais e municipais.