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Controle da Reag Investimentos é vendido a executivos da própria gestora; Mansur renuncia

Troca de comando ocorre em meio à investigação de eventual vínculo da Reag com a lavagem de dinheiro do PCC; nomes dos novos donos não foram divulgados

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 set 2025, 11h05 - Publicado em 8 set 2025, 08h52

A Reag Investimentos anunciou neste domingo, 7, que seus acionistas controladores fecharam um acordo para vender 87,38% de suas ações aos principais executivos da gestora por um “valor estimado” de 100 milhões de reais. Com isso, o fundador do grupo, João Carlos Mansur, renunciou ao cargo de presidente do conselho de administração. Outros dois executivos renunciaram a seus postos: Altair Rossato deixou o conselho de administração e o comitê de auditoria, e Fabiana Franco não é mais a diretora financeira do grupo.

Os antigos controladores da Reag Investimentos eram duas empresas de participações: a Reag Asset Management e a Reag Alpha Fundo de Investimento Financeiro em Ações – Classe Única. Já o fundo comprador é a Arandu Partners Holding, formado pelos principais executivos da Reag. O fato relevante divulgado ontem não detalha quem são os indivíduos representados pela Arandu.

O valor estimado da transação ainda pode mudar, mediante o “pagamento de parcela contingente variável vinculada à receita operacional líquida da companhia, pelo prazo de 5 anos”.

O controle da Reag foi posto à venda no início de setembro e comunicado em fato relevante de 01 de setembro. A mudança do comando é uma consequência da Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto por uma força-tarefa comandada pela Polícia Federal para investigar um esquema bilionário de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Na base do esquema, estariam mais de 1 000 postos de combustível, distribuídos por dez estados e controlados pela organização criminosa. O dinheiro sujo do tráfico de drogas, roubo e outras atividades ilegais era transferido para os postos por meio de pagamentos em dinheiro e por empresas de meios de pagamento controlados pela própria facção. Os recursos eram, então, transferidos pelas fintechs a fundos de investimentos.

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Segundo a PF, quarenta e dois fundos atuavam para investir o dinheiro do PCC. Entre as instituições financeiras investigadas pela Operação Carbono Oculto, está a Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país e controlada por Mansur. Seus negócios vão além do mercado financeiro e chegam à arena do Grêmio e ao patrocínio do Cine Belas Artes, um dos cinemas mais tradicionais da capital paulista.

No fato relevante em que comunicou a transferência do controle, a Reag Investimentos afirmou que o objetivo da transação é “proteger a integridade e a reputação da Reag Investimentos S/A, seus colaboradores, clientes e  acionistas, diante das recentes e infundadas especulações às quais a Companhia foi submetida, sendo esta a medida mais prudente para assegurar que a condução dos negócios e a governança corporativa permaneçam inabaláveis, sem qualquer interferência de tais narrativas”.

O comunicado acrescenta que a “companhia continuará a conduzir suas atividades com o mesmo compromisso com a ética, a responsabilidade e a transparência, sempre com foco na preservação dos interesses de seus investidores e acionistas”.

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Desde a visita da PF à sua sede, a Reag enfrenta uma crescente desconfiança dos clientes, que temem que seu dinheiro possa ser bloqueado em decorrência da Carbono Oculto. Segundo operadores do mercado financeiro, os pedidos de resgate de fundos sob sua responsabilidade somaram 6 bilhões de reais nos dias seguintes ao episódio. A gestora nega que enfrente uma onda de saques.

Veja o fato relevante divulgado pela Reag na tarde de ontem, 7, sobre a venda de seu controle:

Os fatos que mexem no bolso são o destaque da análise do VEJA Mercado:

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