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Coordenado por Frota, PSL fez ‘marcação homem a homem’ para blindar Guedes

Partido do presidente Jair Bolsonaro fez estratégia para proteger ministro da Economia e evitar desentendimentos com a oposição

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 9 Maio 2019, 13h53 - Publicado em 9 Maio 2019, 12h33
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  • Para entregar a prometida “blindagem” ao ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a participação do chefe da equipe econômica na comissão especial que analisa a reforma da Previdência, o PSL adotou uma estratégia baseada em táticas do futebol americano: ocupação dos espaços no plenário, bloqueio físico (com governistas na primeira fileira) e até marcação “homem a homem”. Para cada parlamentar da oposição, havia um governista escalado para marcá-lo. Assim, sempre que uma voz contrária à reforma confrontava Guedes, um deputado do PSL sabia que tinha de entrar em campo para abafar a confusão.

    A tática foi pensada pelo deputado Alexandre Frota (PSL-SP), que é coordenador da legenda no colegiado. Ele escoltou o ministro quando ele saiu do plenário nos intervalos da audiência. Também ocupou uma das primeiras bancadas do plenário e ainda atuou como um dos “marcadores” do PSL. Nos bastidores, era chamado “coach Frota”.

    A estratégia foi testada em um dos momentos de maior tensão. Pouco depois das 19h, Guedes reagiu ao ser emparedado por opositores que o questionavam a respeito de investigações sobre investimentos com recursos de fundos de pensão sob sua gestão. “Depois de seis horas (da tarde), a baixaria começa. É o padrão da Casa, ofensa, ataque.”

    O ministro acabou desferindo ataques ao responder à deputada Perpétua Almeida (PcdoB-AC). “Vai ver quem está na cadeia, vai ver quem está na Justiça e aí vamos ver quem assaltou os fundos de pensão e quem devolveu três vezes o dinheiro que eles botaram sob minha administração. Não posso ser acusado do que vários companheiros da deputada podem estar sendo acusados no momento”, disse.

    Guedes também se irritou com o deputado Bira do Pindaré (PSD-MA), que disse que o ministro era “representante dos banqueiros”. “Começou errado”, gritou Guedes.

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    O ministro ainda mirou no deputado José Guimarães (PT-SP), que havia perguntado sobre o custo de transição para o regime de capitalização. “Se eu ‘googlar’ dinheiro na cueca vai aparecer coisa”, disparou, em referência ao episódio em que um assessor do petista foi pego com dólares na cueca.

    No contra-ataque, a oposição iniciou um bate-boca e tentou confrontar o ministro. Quando Jorge Solla (PT-BA) se ergueu, Frota imitou o gesto imediatamente. Em seguida, Paulo Teixeira (PT-SP) também tentou confrontar Guedes de onde estava e se levantou. O escalado era o deputado Filipe Barros (PSL-PR), que se posicionou à frente do petista para evitar o contato visual dele com o ministro.

    Assessores de Guedes, por sua vez, passavam orientações à distância na tentativa de alinhar a atuação do ministro. O presidente da comissão, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), pediu tranquilidade e que tanto Guedes quanto os deputados se restringissem ao debate previdenciário. “Não vou permitir que um fato político encerre esta sessão”, avisou.

    Após ser atacado pelo ministro, Guimarães pediu direito de resposta e lembrou que foi inocentado no caso dos dólares na cueca. “Faço questão de pedir desculpas publicamente”, disse o ministro, reconhecendo que havia desrespeitado o petista. Minutos depois, eles trocaram apertos de mão no plenário.

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