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Copom corta Selic pela 3ª vez e taxa básica de juros cai a 5% ao ano

Em comunicado, comitê enfatiza a necessidade de continuação de reformas para mais reduções e sinaliza ajuste adicional futuro, de igual magnitude

Por da Redação
Atualizado em 30 out 2019, 18h24 - Publicado em 30 out 2019, 18h08

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu pela terceira vez consecutiva a Selic, taxa básica de juros da economia brasileira. O corte anunciado nesta quarta-feira, 30, foi de 0,5 ponto percentual. Com isso, a Selic alcança o patamar de 5% ao ano, nova mínima histórica para a taxa.

A Selic é usada como referência para todas as outras taxas de juros do mercado e serve como instrumento de política monetária para controlar a inflação e estimular o consumo. Com a Selic alta, os juros tendem a ficar mais caros e desestimular o consumo. Já com a taxa baixa, o crédito pode ficar mais barato, estimulando compras e, assim, aquecendo a economia.

“O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia. O comitê ressalta ainda que a percepção de continuidade da agenda de reformas afeta as expectativas e projeções macroeconômicas correntes”, informou o colegiado, em comunicado. Ainda de acordo com a nota, o Copom “avalia que a consolidação do cenário benigno para a inflação prospectiva deverá permitir um ajuste adicional, de igual magnitude”.

A queda na taxa já era esperada pelo mercado financeiro, que aposta em uma redução ainda maior até o fim deste ano. Segundo o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central semanalmente, a aposta de analistas financeiros é que a taxa feche o ano em 4,5%. O Copom de reúne mais uma vez neste ano, em 10 e 11 de dezembro. Em 2020, a primeira reunião está agendada para os dias 4 e 5 de fevereiro.

Como a taxa de juros é definida

Entre os pontos analisados pelo Banco Central para sua decisão, está a inflação, calculada oficialmente pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Atualmente, a previsão do Boletim Focus é que a taxa feche 2019 em 3,29% ao ano, resultado abaixo do centro da meta da inflação do governo, definida em 4,25% pelo Conselho Monetário Nacional. No entanto, está dentro da margem de erro, que é de 1,5 ponto porcentual para baixo ou para cima (2,75% a 5,75%).

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Outro fator analisado pelo Copom: o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2019 apresentou expansão de 0,4% em relação aos três meses imediatamente anteriores. Para o ano, o governo espera alta de 0,85% e o Focus de 0,91%, o que representaria desaceleração frente aos últimos dois anos, quando o país cresceu, em ambos, 1,1%. Pautas como as reformas da Previdência e a tributária, que devem, na visão do BC, melhorar o ambiente de negócios do país, também entram nesta conta.

Além disso, o Copom observa o cenário externo, que apesar de instável tem melhorias em relação a última reunião do colegiado. Estados Unidos e China estão negociando e podem assinar em breve um acordo comercial. Segundo Donald Trump, presidente dos EUA, há um tratado preliminar entre as partes. Uma solução para a guerra comercial entre os países é importante, já que o confronto influencia no processo de desaceleração da economia global. 

 

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