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Copom desacelera alta e Selic vai a 14,75% ao ano, maior taxa em quase duas décadas

Banco Central optou por cautela em meio às incertezas na economia global

Por Felipe Erlich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 Maio 2025, 19h10 - Publicado em 7 Maio 2025, 18h43

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deliberou, de forma unânime, pela elevação da Selic em 0,5 ponto percentual nesta quarta-feira, 7, levando a taxa básica de juros a 14,75% ao ano. O aumento é inferior ao ocorrido na reunião anterior, em março, quando a autoridade monetária foi mais agressiva e subiu a Selic em 1 ponto percentual. De todo modo, a decisão de hoje configura a sexta escalada consecutiva dos juros. A nova taxa, de 14,75%, é a maior desde 2006, há quase 20 anos.

A decisão do Copom veio em linha com as expectativas do mercado financeiro, que aponta a instabilidade no cenário externo como um fator que pesa na deliberação do BC em favor de mudanças menos bruscas na ferramenta de política monetária. O Copom havia indicado em sua última ata que a decisão de maio seria por uma elevação menor da Selic e, com a aparente desaceleração da economia global, os analistas chegaram em um consenso de que o aumento seria de 0,5 ponto percentual, não de 0,75 ponto percentual.

Segundo a última edição do Boletim Focus, publicação do BC que reúne impressões do mercado, é esperado que a inflação encerre o ano em 5,53%. O aumento de preços previstos para 2025 segue bastante descolado do teto da meta de inflação, que é de 4,5%. Essa expectativa por uma inflação ainda resiliente pressiona o BC a manter sua guinada contracionista — de aumento da Selic. Em paralelo, o cenário externo tem indicado uma desaceleração da economia global e desvalorização do dólar, o que pode trazer certo alívio para a inflação brasileira.

“O ambiente externo mostra-se adverso e particularmente incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de sua política comercial e de seus efeitos”, diz o comunicado do Copom divulgado na noite desta quarta-feira. O comitê chama a atenção para a necessidade de cautela por parte de países emergentes, como o Brasil, na condução de suas políticas monetárias em meio à incerteza geopolítica. O colegiado reconhece que a tendência geral, no entanto, é de desaceleração da economia global.

Apesar da conjuntura internacional instigar uma redução da inflação, o BC ressalta que a economia brasileira “ainda tem apresentado dinamismo”, o que impõe um desafio para a autoridade monetária e afasta a possibilidade de juros baixos. “O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, diz o Copom. “Tal cenário prescreve uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período prolongado para assegurar a convergência da inflação à meta”.

A somatória desses fatores resultam em um contexto de imprevisibilidade sobre os próximos passos a serem tomados pelo Banco Central, dividindo analistas entre os que apostam em mais uma alta da Selic em junho e os que acreditam em uma interrupção do ciclo de alta. O mercado financeiro acredita que a Selic vai encerrar o ano em 14,75% ao ano, exatamente o novo percentual estabelecido nesta quarta-feira. O caminho até dezembro está menos claro para os analistas.

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