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Copom mantém a taxa Selic em 15% ao ano, dentro do previsto pelo mercado

Desde meados de julho, a taxa básica de juros está em 15% ao ano e é alvo de críticas do governo Lula

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 5 nov 2025, 19h26 - Publicado em 5 nov 2025, 18h37

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve nesta quarta-feira, 5, a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade pelo colegiado de diretores da instituição e era amplamente antecipada por analistas de mercado e economistas, diante das reiteradas manifestações da autarquia de que manterá os juros elevados pelo tempo necessário para que as expectativas de inflação convirjam para o centro da meta de 3%.

No comunicado ao mercado, o BC afirma que “essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

O Copom acrescenta que “o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”.

A Selic alcançou o nível de 15% na reunião de 18 de junho, quando o Copom determinou um aumento de 0,25 ponto percentual. Desde então, o colegiado do BC reuniu-se em julho e setembro. Nos dois encontros, a resistência das projeções de inflação de apontar para a meta, a preocupação com o cenário fiscal, os sinais de que a economia continua aquecida e as incertezas geopolíticas levaram o Copom a não mexer nos juros.

É verdade que as expectativas melhoraram ao longo do ano e um dos termômetros são as projeções dos agentes econômicos consolidadas pelo BC no Boletim Focus. No último Focus de 2024, o mercado estimava que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, bateria em 4,96% em 2025, muito acima dos 4,5% que representam o teto da meta. Já o boletim publicado na última segunda-feira 3 traz uma estimativa de 4,55% para este ano.

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Como a política monetária demora para surtir efeito – os especialistas afirmam que são necessários seis meses para que um aumento ou corte de juros impacte de fato a economia -, o Copom já se preocupa muito mais com os próximos anos do que com o resultado de 2025. É justamente o cenário de 2026 e 2027 que desafia o BC. Segundo o último Focus, o mercado projeta um IPCA de 4,20% no ano que vem e de 3,80% para 2027 – ambos acima do centro da meta. Mesmo em 2028, os analistas consultados pelo BC enxergam a inflação em 3,50%.

O governo tem aumentado as críticas à política monetária do BC liderado por Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder Roberto Campos Neto, alvo de uma pesada artilharia do petista por manter os juros altos.

Nos últimos dias, Haddad assumiu o papel de porta-voz do governo nas críticas ao BC. Ontem, 4, por exemplo, durante um evento em São Paulo, afirmou que votaria pelo corte da Selic, se fosse diretor da instituição. Na manhã desta quarta-feira, em rápida conversa com jornalistas na portaria da Fazenda, Haddad afirmou que “respeita institucionalmente” o BC e seus diretores, mas afirmou que o debate sobre a política monetária e os juros virou um “tabu” no Brasil do qual discorda. “A minha opinião, eu sinto que é um direito e uma obrigação emitir”, disse.

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Veja a íntegra do comunicado do Copom que decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano:

 

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