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Copom mantém Selic no menor patamar histórico, 6,5% ao ano

Para especialistas, decisão foi acertada, já que a inflação segue dentro do centro da meta

Por Gilmara Santos
Atualizado em 20 jun 2018, 18h34 - Publicado em 20 jun 2018, 18h05

Sem surpresas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a Selic em 6,5% ao ano. A taxa já é a menor desde o início do regime de metas de inflação, em 1999, e a mais baixa de toda a série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1986. A manutenção já era esperada pelo mercado financeiro, já que a inflação segue dentro do centro da meta e a escalada de valorização do dólar vem sendo enfrentada pelo BC.

Em nota, o Copom afirma que a greve de maio dos caminhoneiros ‘dificulta a leitura da evolução recente da atividade econômica’. “Dados referentes ao mês de abril sugerem atividade mais consistente que nos meses anteriores. Entretanto, indicadores referentes a maio e, possivelmente, junho deverão refletir os efeitos da referida paralisação. O cenário básico contempla continuidade do processo de recuperação da economia brasileira, em ritmo mais gradual”, diz o comitê.

Entre os pontos que são acompanhados pelo Copom estão o cenário externo, que foi considerado mais desafiador, e a inflação, que deve ‘refletir os efeitos altistas significativos e temporários da paralisação’.

Apesar de não haver nenhuma discussão sobre reforma previdenciária no momento, o Copom alertou que ela é necessária para a manutenção do cenário de “inflação baixa no médio e longo prazos, queda da taxa de juros estrutural e recuperação sustentável da economia”.

O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”, afirma em nota.

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Para o especialista em investimentos do Itaú-Unibanco, Martin Iglesias, a decisão em manter a taxa básica de juros é acertada. “A inflação está sob controle. O dólar no nível que está, entre 3,70 reais e 3,80 reais, eleva um pouco a inflação, mas não o suficiente para aumentar os juros”, considera Iglesias. De acordo com ele, a projeção da instituição é de a Selic fechar o ano em 6,5% e no fim de 2019 chegar a 8%.

“Está muito claro que não houve contaminação da inflação com a recente alta do dólar nem com a greve dos caminhoneiros em maio. Portanto, não faria sentido subir os juros neste cenário”, concorda o professor Ricardo Rocha, do Insper.

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Investimentos

Com a manutenção da Selic, os investimentos em renda fixa seguem pouco competitivos e requer dos investidores cautela.

“Fundos com taxa de administração de 1% ou mais perdem em rentabilidade para a poupança em qualquer cenário, tornando assim a caderneta mais competitiva”, diz o especialista em investimentos do Itaú Unibanco, Martin Iglesias.

“A Selic está no menor patamar histórico e os fundos de renda fixa continuam perdendo competitividade frente às cadernetas de poupança”, afirma o diretor executivo de estudos e pesquisas econômicas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), Miguel de Oliveira.

De acordo com ele, principalmente nas aplicações de menor valor, em que as taxas de administração são mais elevadas, a caderneta de poupança segue como uma boa opção de investimento. A remuneração da poupança perde para outras aplicações, entretanto, quando o valor e o prazo são maiores.

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