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Coronavírus: Companhias aéreas reduzem voos em mais de 90% no país

Governo deve anunciar medidas de estímulo ao setor na próxima semana; pandemia fez com que 15.200 aviões ficassem parados no mundo, 58% da frota mundial

Por Felipe Mendes Atualizado em 10 abr 2020, 18h19 - Publicado em 10 abr 2020, 15h28

Maior companhia aérea da América do Sul, a Latam informou que suspenderá todos os voos internacionais de passageiros até o fim de abril. A empresa seguirá apenas com sua operação doméstica no Chile e no Brasil, onde a redução da oferta foi de 95% nas últimas semanas. A medida, também utilizada por outras companhias do setor, é um esforço para mitigar os prejuízos causados pela queda no trafego de passageiros mundo afora. Desde 11 de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o novo coronavírus (Covid-19) havia se tornado uma pandemia, as companhias aéreas vivem um cenário digno de filme de terror. Para socorrer o setor, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deve anunciar medidas de estímulo na próxima semana.

Diante do impacto devastador para o turismo e o arrefecimento de viagens corporativas, a Latam informou que poderá, inclusive, estender o prazo dessas restrições no futuro. “As operações da Latam serão avaliadas permanentemente com base em restrições de viagens em diferentes países e demanda”, informou a companhia, em comunicado aos investidores.

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O roteiro traçado pela empresa não é muito diferente do que acontece com outras grandes bandeiras deste mercado. Em média, as principais companhias aéreas em operação no Brasil reduziram sua quantidade de voos em mais de 90%. A Gol readequou sua malha aérea em 24 de março. Desde o dia 28 de março, a empresa mantém apenas 50 voos diários entre o Aeroporto Internacional de Guarulhos e demais 26 capitais do país. Todas as operações internacionais estão suspensas. A medida valerá até 3 de maio, mas uma prorrogação deste prazo não está totalmente descartada.

Com a nova malha, a Gol informou que reduziu sua oferta doméstica em 92%, fora a suspensão total de sua operação internacional. A empresa informou, no entanto, que mantém o transporte aéreo para a cadeia de fornecimento do país, transportando itens vitais como medicamentos e órgãos. “A Gol tem papel fundamental na infraestrutura de transporte aéreo e na cadeia de fornecimento do Brasil e continuará a buscar soluções e disponibilizar sua ajuda ao governo no combate a esse desafio sem precedentes”, informa, em nota.

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Azul, por sua vez, optou por manter apenas dois destinos internacionais. Uma vez por semana, uma de suas aeronaves carrega passageiros para as cidades de Orlando e Fort Lauderdale, conhecida como a “Veneza Americana”. Além da redução internacional, a companhia restringiu sua operação local. Até 30 de abril, a empresa irá operar somente 70 voos diários para 27 cidades. Em dezembro de 2019, a Azul era a companhia com maior número de decolagens e metrópoles atendidas no país, com 916 voos diários a 116 destinos. Por causa do coronavírus, a empresa reduziu sua capacidade em mais de 90%.

Segundo dados da consultoria de aviação comercial Cirium, a pandemia fez com que as companhias aéreas estacionassem cerca de 15.200 aeronaves. O número, estarrecedor, refere-se a 58% da frota mundial. No Brasil, o cálculo é de que o número de passageiros de voos domésticos tenha recrudescido 85% em março em relação a igual período do ano anterior. A média de voos diários, por sua vez, caiu de 2.800 para 180. Na China, uma das principais potências mundiais, o número de voos comerciais programados para o mês de março caiu 58%, com suspensão ou remarcação de 153.328 decolagens.

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