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Em maio, menos da metade da população estava ocupada, segundo o IBGE

Crise causada pela pandemia atinge principalmente o mercado informal; taxa de desemprego no período ficou em 12,9%

Por Larissa Quintino Atualizado em 30 jun 2020, 09h39 - Publicado em 30 jun 2020, 09h19
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  • Um dos efeitos econômicos mais graves na pandemia do novo coronavírus é a perda de mão de obra ocupada. Em maio, o número de brasileiros desempregados chegou a 12,7 milhões, uma taxa de desocupação de 12,9% no trimestre encerrado em maio contra 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, antes do início da pandemia no país. Os dados são da Pnad Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta terça-feira, 30. Segundo o instituto, o percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar chegou a 49,5% no trimestre encerrado em maio, o mais baixo nível da ocupação da série histórica, iniciado em 2012.

    “Pela primeira vez na série histórica da pesquisa, o nível da ocupação ficou abaixo de 50%. Isso significa que menos da metade da população em idade de trabalhar está trabalhando. Isso nunca havia ocorrido na PNAD Contínua”, explica a analista da pesquisa, Adriana Beringuy. São 85,9 milhões de pessoas ocupadas.

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    No trimestre encerrado em maio, 7,8 milhões de pessoas saíram da população ocupada, uma queda de 8,3%. O primeiro a sentir os efeitos de crises na ocupação foi o mercado informal. “É uma redução inédita na pesquisa e atinge principalmente os trabalhadores informais. Da queda de 7,8 milhões de pessoas ocupadas, 5,8 milhões eram informais”, destaca Beringuy.

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    Com essas reduções, o contingente na força de trabalho (pessoas ocupadas e desocupadas) chegou a 98,6 milhões de pessoas, uma queda de 7,4 milhões (-7%) em relação ao trimestre encerrado em fevereiro.

    “Uma parte importante da população fora da força é formada por pessoas que até gostariam de trabalhar, mas que não estão conseguindo se inserir no mercado, muito provavelmente em função do cenário econômico, das dificuldades em encontrar emprego, seja devido ao isolamento social, seja porque o consumo das famílias está baixo e as empresas também não estão contratando. Então esse mês de maio aprofunda tudo aquilo que a gente estava vendo em abril”, afirma a pesquisadora.

    O grupo dos informais reúne profissionais sem carteira assinada (empregados do setor privado e trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e sem remuneração. O número de empregados no setor privado sem carteira assinada caiu 20,8%, significando 2,4 milhões a menos no mercado de trabalho. Já os trabalhadores por conta própria diminuíram em 8,4%, ou seja, 2,1 milhões de pessoas. Com isso, a taxa de informalidade caiu de 40,6% para 37,6%, a menor desde 2016, quando o indicador passou a ser produzido. “Numericamente nós temos uma queda da informalidade, mas isso não necessariamente é um bom sinal. Significa que essas pessoas estão perdendo ocupação e não estão se inserindo em outro emprego. Estão ficando fora da força de trabalho”, analisa a pesquisadora.

    Na véspera, o Ministério da Economia divulgou os dados do setor formal, em que houve o fechamento de 331 mil vagas com carteira assinada no mês de maio. Apesar do número ser menor do que abril, há menos lugar para ocupação e as contratações continuam em ritmo lento.

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