O espraiar do coronavírus na Itália, onde o governo confirmou sete mortes e mais de 220 casos, causou pânico na economia global durante o pregão desta segunda-feira, 24. Uma queda de 5,4% levou a Bolsa de Milão a registrar seu pior dia desde meados de 2016. O aumento no número de infecções na Coreia do Sul e no Irã levou a movimentos generalizados de saída de ações e busca de ativos seguros, em mercados consolidados. “Hoje significa que os mercados não esperavam que isso se tornasse uma grande questão fora da China”, disse Craig Erlam, analista sênior de mercado da Oanda. “Os investidores vão ficar muito mais sensíveis agora”, avalia.
A vítima mais recente na Itália é um homem de 80 anos que foi levado ao hospital após sofrer um infarto. As autoridades médicas da região de Lodi, onde ele foi socorrido, acreditam que a transmissão para o vírus ocorreu dentro do centro médico.
Como não poderia ser diferente, as empresas aéreas ficaram entre os piores desempenhos no índice STOXX 600, que mede o desempenho das empresas listadas em bolsas europeias. A EasyJet, Ryanair, Air France e Lufthansa encerraram os pregões com quedas entre 7,4% e 12,6%. Os impactos, evidentemente, foram sentidos em outros mercados na Europa, como consequência do agravamento da situação de saúde no continente. A bolsa londrina recuou 3,34%, enquanto o mercado acionário alemão teve queda de mais de 4%, assim como em Madri, capital da Espanha. A bolsa de Paris, na França, teve recuo de 3,94%.
Ao fim dos pregões, as bolsas europeias registraram uma perda de 474 bilhões de dólares. A avaliação de analistas é de que os investidores estão receosos e que, à espreita, esperam por cenários mais claros quanto aos impactos do vírus no continente europeu. No Brasil, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, está fechada por causa do Carnaval. Resta ver como se comportará na ressaca da Quarta-Feira de Cinzas – e das péssimas notícias que vêm do além-mar.
(Com Reuters)