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Corretoras zeram taxas de corretagem; como saber se vale a pena

Entenda quais as diferenças entre corretoras e planos que prometem investimentos "sem tarifas"

Por Machado da Costa
Atualizado em 5 out 2018, 13h53 - Publicado em 5 out 2018, 10h10

As corretoras estão correndo para reduzir taxas de investimentos e atrair um maior número de investidores. Há pouco tempo, bancos e corretoras zeraram os custos para investir no Tesouro Direto. Agora, a onda é a da corretagem zero. Em uma única semana, duas corretoras fizeram isso: a Modalmais e a Clear. Atualmente, pouco mais de 600 mil pessoas investem na bolsa. Sem essas taxas, a expectativa é de crescimento.

Ambas requerem a paternidade da novidade. É fato que a Modalmais lançou o serviço mais cedo, no dia 25 de setembro. Por outro lado, a Clear, que fez o anúncio um dia depois, afirma que é a única com “corretagem zero de verdade”, e por isso, diz ter sido a primeira.

A corretagem é uma taxa que as corretoras e bancos cobram toda vez que o investidor faz uma ordem de compra ou venda de um ativo na Bolsa. Nas corretoras, o preço vem diminuindo já há algum tempo. Porém, há bancos que ainda cobram 10 reais por operação.

Zeros diferentes

A diferença entre as duas é que a Modalmais não cobra por alguns serviços apenas, como negociação de papeis de fundos imobiliários e contratos de dólar. Mas taxa o investidor na compra ou na venda de ações e opções. Nos planos pagos, a corretagem para essas negociações é até mais baixa, mas é preciso pagar uma mensalidade, que varia de 20 reais a 150 reais. Além disso, nesses planos, a corretora inclui plataformas de negociação (o software necessário para as operações) mais sofisticadas.

A Clear, por sua vez, diz não cobrar absolutamente nada nessas situações. Por outro lado, o investidor terá de pagar pelo uso da plataforma, que antes era subsidiada, justamente, pela corretagem.

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“Fomos a primeira a fazer esse movimento e a concorrência reagiu. Demos mais uma opção ao cliente. Não zeramos para tudo e para todos. O cliente opta”, afirma Rodrigo Puga, CEO da Modalmais. “O cliente pode fazer a conta comparando um plano com o outro. É algo individual. Normalmente, quem opera com volume maior, prefere não pagar a corretagem, quem opera menos, prefere pagar menos pela plataforma.”

Vale a pena?

Apesar de ser um movimento para atrair novos clientes, nem tudo são flores. O foco das corretoras com esses tipos de planos é o investidor já experiente, que opera sozinho no mercado financeiro. Outros custos envolvidos nas operações, como zeragem compulsória ao final do pregão – quando o investidor comprou ativos utilizando crédito –, são altos.

“Essa é uma maneira de atrair mais pessoas para a renda variável. Mas esse público precisa estar acostumado a realizar suas próprias operações, sem o auxílio de agentes autônomos que são remunerados por parte dos preços de corretagem”, explica Luiz Fernando Schvartzman, planejador financeiro da Life Finanças Pessoais.

“Pessoas que não investiam na bolsa podem se sentir mais encorajadas a começar. Para quem tem pequenos valores, a taxa de corretagem pode ser um empecilho”, diz. “Não acredito em custos ocultos, mas certamente não existe ‘almoço grátis’. As corretoras que estão optando por esta mudança encontrarão outras maneiras de rentabilizar a partir destes clientes com outros produtos”, conclui Schvartzman.

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