Os principais credores da Oi, entre eles os “bondholders” (detentores de títulos de dívida) e os bancos públicos e privados, estão se alinhando para tentar negociar com os acionistas da operadora mudanças no plano de recuperação. A falta de consenso entre acionistas e credores poderá levar a uma intervenção do governo na operadora.
As conversas entre os principais credores estão acontecendo nas últimas semanas, no entanto, os debates ganharam mais força nos últimos dias. A Oi, que está em recuperação judicial, tem dívida declarada de 65,4 bilhões de reais. Deste total, 32 bilhões de reais estão nas mãos dos donos de títulos.
Planos alternativos de reestruturação para a companhia foram apresentados, mas os principais acionistas – Société Mondiale (liderado pelo empresário Nelson Tanure) e Pharol (que reúne os sócios da Portugal Telecom) – resistem à entrada de dinheiro novo no negócio, pois isso pode representar uma diluição de sua participação na operadora.
“Todos os credores estão conversando pelo menos uma vez por semana”, disse uma pessoa familiarizada com o assunto. As conversas se intensificaram e agora incluem os bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), além do BNDES, que também é acionista. Dentro do governo, a preocupação com a situação da Oi é grande.
Representantes do fundo americano Aurelius, um dos credores da Oi, estão no Brasil para discutir a situação da tele. Eles são representados pela G5 Evercore. O banco Moelis, que aglutina a maioria dos credores – com cerca de 17 bilhões de reais em débitos -, também está se movimentando. Procurados, G5 e Moelis não comentaram.
“Há um consenso entre os credores de que a situação é muito delicada e os credores não podem ficar administrando o problema de seus escritórios em Nova York”, disse outra fonte.
Procurada, a Oi afirmou que sua administração “está comprometida em garantir a sustentabilidade da companhia e os resultados positivos que têm sido obtidos demonstram a viabilidade da empresa e sua robustez”. A tele disse que desempenha suas atividades normalmente.
(Com Estadão Conteúdo)