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Cresce procura por intercâmbio com trabalho; veja países

Modalidade que dá visto para conseguir emprego legalmente tem atraído brasileiros com interesse de subir na carreira ou até de migrar de país

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 set 2017, 21h26

O número de brasileiros que buscam intercâmbio vem crescendo nos últimos anos. A quantidade quase triplicou em uma década, indo de cerca de 85.000 em 2007 para pouco mais de 246.000 no último ano, segundo dados da associação de agências do setor, a Brazilian Educational & Language Travel Association (Belta). Apesar do tipo mais buscado ainda ser o curso de idiomas, a modalidade que tem se destacado nos últimos semestres é a que permite trabalhar legalmente. Este tipo atrai a atenção de quem tem pouco dinheiro para bancar o programa, busca de subir profissionalmente e até mesmo quer migrar para outro país.

Dentre os destinos mais procurados estão Austrália, Irlanda, Canadá, Nova Zelândia e Dubai. Todos esses países oferecem uma modalidade de visto que permite arrumar o emprego mediante matrícula em cursos técnicos ou de idiomas. A duração mínima varia de 13 e 26 semanas (veja tabela abaixo).

A agência Descubra o Mundo Intercâmbio registrou o crescimento dessa modalidade, com o número de vendas praticamente triplicando em um ano. Para o fundador da agência, Bruno Passarelli, a busca por capacitação, com as empresas cada vez mais competitivas, motiva esse tipo de curso.

“Boa parte das pessoas que trabalham na sua área no exterior e têm boa performance acabam recebendo uma oferta de trabalho no país de intercâmbio”, diz Passarelli.

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A busca de novos rumos na carreira foi o que levou a campinense Nathalia Botti a ir para o Canadá. Aos 32 anos, ela já tinha feito um intercâmbio na Inglaterra para aprender inglês. Dessa vez, pesquisou países em que poderia trabalhar legalmente para passar um tempo fora do país. “Queria uma coisa nova, estava entediada”, disse à VEJA, de Toronto.

Ela pretende ficar três anos fora, e não descarta migrar para o país. Nathalia faz curso de comunicação corporativa  e relata que vê muita gente em situação parecida na sua sala de aula.

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Paises que permitem trabalho e estudo (Arte/VEJA)

Para o sócio-diretor e fundador da agência CI, Celso Garcia, o objetivo deste tipo de programa é ajudar na formação profissional. A empresa tem notado nos últimos anos aumento da procura por intercâmbio de todas as modalidades e em todas as classes sociais. “O objetivo não é trabalhar, é trabalhar e estudar. A vantagem dessa modalidade é que se pode ganhar um dinheiro para ajudar nas despesas”, explica.

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Diante do aumento na procura – o número de vendas dobrou no primeiro semestre deste ano –  a empresa  decidiu fazer uma feira setorial  para esse segmento, que acontece até o dia 21 em três capitais.

Conseguir um emprego em outro país para melhora o currículo foi o quem motivou o paulistano Lucas Gonçalves, de 20 anos, a ir para a Austrália. Formado em comércio exterior, ele trabalhava na área quando decidiu fazer curso de inglês em Sydney. Lá, foi garçom. Apesar de estar com passagem e moradia pagas, ele contava com o salário que receberia no país para fechar as contas para não ter que pedir dinheiro emprestado a parentes quando estivesse por lá. “Já fui com a intenção de conseguir emprego. Tenho amigos que já tinham ido para o mesmo lugar e disseram que não era difícil de conseguir”, disse. Ele gostou tanto do país que vai estender a temporada em janeiro só que,  desta vez, matriculado em um curso de mestrado.

Os especialistas indicam que, embora não haja restrição para o tipo de emprego  o mais comum é conseguir vagas operacionais nos setores de hotelaria, turismo, eventos e restaurantes. O nível de inglês é determinante para conseguir se inserir nas posições que pagam melhor.

O diretor nacional de vendas da agência STB Rui Moreira, indica que o mais comum é que se leve a quantidade de dinheiro necessária para se manter de 1 a 2 meses. “Nós alertamos que o intercambista não vai conseguir emprego no dia seguinte ao que chegar no país”. A agência registrou alta de 30% nas vendas dessa modalidade no primeiro semestre do ano em comparação com o último semestre do ano anterior.

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