Dados de emprego aquecido nos EUA pressionam decisão de juros
Payroll veio acima das estimativas do mercado enquanto a taxa de desemprego aumentou
Os dados de emprego nos Estados Unidos vieram acima do esperado, pressionando mais ainda uma nova decisão de juros na maior economia do mundo. A pesquisa de payroll trouxe um dado de 311.000 empregos após um avanço de 504.000 em janeiro, mostrou um relatório do Bureau of Labor Statistics nesta sexta-feira, 10. O salário médio por hora subiu 0,2% em relação ao mês anterior e 4,6% em relação ao ano anterior.
A estimativa mediana em uma pesquisa da Bloomberg com economistas era de um aumento de 225.000 de pessoas nas folhas de pagamento e que os salários subissem 0,3% em relação ao mês anterior. O crescimento da folha de pagamento dos EUA superou as expectativas por 11 meses consecutivos. Enquanto isso, a taxa de desemprego subiu para 3,6%, à medida que a força de trabalho cresceu e os salários mensais subiram no ritmo mensal mais lento em um ano. “O grande medo do mercado, e que pode contribuir para a inflação subir, é a (maior) demanda. Com isso, podemos ver um indicativo de que a demanda, pelo menos no curto prazo, pode reduzir um pouco”, afirma Rodrigo Cohen, analista de mercado e co-fundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira.
Com os dados, os futuros de ações subiram, os títulos de Treasuries ganharam força e o dólar caiu em relação a uma cesta de moeda. A leitura é que os dados de emprego podem influenciar os formuladores de políticas do Fed a subirem os juros em 0,25 ponto na próxima reunião, no final deste mês, em vez do movimento de meio ponto que o presidente Jerome Powell colocou na mesa, em testemunho no Congresso, esta semana. A preocupação com os dados também aumenta à medida que há uma crise bancária no horizonte, com o problema de estabilidade do Silicon Valley Bank (SVB)