A tabela do Imposto de Renda está defasada em 88,4%, segundo cálculo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional). A tabela de Imposto de Renda não é corrigida desde 2016.
Se fosse reajustada, a faixa de isenção de Imposto de Renda subiria de 1.903,98 reais para 3.556,56 reais. Para o Sindifisco, essa diferença de 1.652,58 reais penaliza as faixas de menor renda, que deveria estar livres do pagamento do imposto.
Mas não são apenas os mais pobres os prejudicados pela defasagem da tabela de IR. Contribuintes de fazem a declaração completa de Imposto de Renda poderiam ter direito a deduções maiores de gastos se houvesse correção.
Segundo o Sindifisco, o desconto por dependente passaria de 2.275,08 reais para 4.286,28 reais por ano. As deduções com educação, limitadas hoje a 3.561,50 reais, poderiam subir para 6.709,90 reais por ano.
A inflação oficial fechou 2017 em 2,95%, o menor índice desde 1998 para o IPCA, segundo o IBGE. Segundo o Sindifisco, a defasagem na tabela de IR seria ainda maior se a inflação tivesse sido mais alta.
Em nota, o presidente da entidade afirma que “ao se apossar daquilo que não tem direito, o governo achata a renda do trabalhador”. “Obriga-o a pagar mais imposto, dinheiro que poderia ser mais bem aplicado”, diz criticou Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco.
A Receita informa que “no orçamento que foi aprovado pelo Congresso Nacional não está prevista a correção da tabela por falta de medida legal que a autorizasse no momento do envio do PLOA”.