Depois do FED, Banco Central Europeu volta a subir juros
Autoridade monetária da zona do euro sinaliza que ciclo contracionista deve continuar por causa da pressão inflacionária
A pressão inflacionária é uma realidade em economias do mundo todo. Um dia após os Estados Unidos elevarem os juros em 0,25 ponto percentual, e o Brasil manter sua taxa, foi a vez do Banco Central Europeu continuar o ciclo contracionista. O BCE elevou a taxa em 25 pontos-base, em linha com a expectativa do mercado, além de sinalizar que o período de aperto ainda não chegou ao fim.
O banco central dos países da zona do euro elevou os juros até agora em um total de 375 pontos-base desde julho passado, seu ritmo mais rápido de aperto. Mas deixou claro que novos movimentos ainda são prováveis devido às crescentes pressões salariais e de preços. “Não estamos pausando – isso está muito claro”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa. “Sabemos que temos mais terreno a cobrir.”
De acordo com a chefe do BC europeu, há riscos altistas para inflação, como recentes acordos salariais e de altas margens de lucro corporativo. Lagarde destacou que o comunicado por escrito do banco fez referência a “decisões de política monetária” futuras, no plural, possivelmente sugerindo mais de um aperto.
Ritmo menor
Apesar de sinalizar uma continuidade do ciclo contracionista, a decisão do BCE, que representa uma desaceleração após três aumentos consecutivos de 0,5 ponto, ocorre dias após a divulgação de dados que mostraram a maior queda na demanda por empréstimos em mais de uma década, uma das consequências dos juros mais altos.