Os deputados apresentaram 277 alterações para o texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, que tramita na comissão especial da Câmara. O prazo para apresentação de emendas se esgotou ontem, quinta-feira, 30. O número supera as 164 emendas apresentadas, em 2017, ao projeto do ex-presidente Michel Temer, que fracassou ao tentar aprovar uma medida de endurecimento das regras de aposentadorias.
A lista inclui membros do PSL, sigla do presidente Jair Bolsonaro, que assinaram, sozinhos ou conjuntamente com outros parlamentares, um total de 11 emendas diferentes. Em uma das propostas por exemplo, assinada pelo Delegado Marcelo Freitas (PSL/MG), que foi relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça da Casa, propõe-se incluir a profissão de vigilante nas categorias que tem direito à aposentadoria especial. O grupo de partidos que fazem oposição também mandaram sugestões de mudanças à PEC. Os integrantes do PSB, por exemplo, assinaram 38 proposta de emendas.
O presidente da comissão especial da reforma da Previdência na Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), se disse surpreso com o número de emendas à reforma. “Me surpreendeu o número de emendas para reforma da Previdência, não podemos ceder a todas as corporações sob risco de desfigurar a reforma”, afirmou Ramos. Ele ainda destacou que “não adianta relatório ideal que não tenha apoio de líderes partidários”. “Relator vai construir texto que tenha maioria no plenário”, acrescentou.
O relator da proposta de reforma da Previdência na Câmara, Samuel Moreira (PSDB-SP), disse que poderá apresentar seu relatório antes do dia 15 de junho, prazo final fixado inicialmente. “Quem sabe no fim da semana que vem ou no começo da outra. Nós estamos nos preparando para isso”, comentou o deputado, ao chegar para a convenção do partido na manhã desta sexta-feira, 31, em Brasília.
(Com Estadão Conteúdo)