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Desemprego cai para 7,7% e Brasil bate recorde de população ocupada

População ocupada chega a 99,8 milhões, maior número desde o início da série histórica da Pnad, em 2012; expansão é marcada por trabalho formal

Por Larissa Quintino Atualizado em 31 out 2023, 18h54 - Publicado em 31 out 2023, 09h24

A taxa de desemprego ficou em 7,7% no trimestre encerrado em setembro, uma queda de 0,4 ponto percentual na comparação com o período anterior. Esse é o menor nível da taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015. Segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o terceiro trimestre deste ano é o maior desde 2012, recorde da série histórica da Pnad Contínua: 99,8 milhões de pessoas.

“A queda na taxa de desocupação foi induzida pelo crescimento expressivo no número de pessoas trabalhando e pela retração de pessoas buscando trabalho no terceiro trimestre de 2023”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.

De acordo com a metodologia do IBGE, são consideradas desempregadas as pessoas que estão sem trabalho, mas buscam entrar ou se recolocar no mercado de trabalho. No caso do desemprego, o número recuou 3,8% no trimestre, ficando em 8,3 milhões de pessoas. Já a população ocupada é aquela que está efetivamente trabalhando. Então, não necessariamente a taxa de desemprego e de ocupação cresce na mesma proporção, como é visto neste trimestre.

Na comparação com o trimestre anterior, o número de ocupados cresceu 0,9%, o que representa 929 mil pessoas a mais no mercado de trabalho. Com isso, o nível da ocupação foi estimado em 57,1%, com crescimento de 0,4 p.p. na mesma comparação. Essa taxa representa o percentual de ocupados na população em idade de trabalhar.

A maior parte desse aumento no número de ocupados (587 mil pessoas) veio da categoria de empregados com carteira assinada no setor privado, que, com o acréscimo de 1,6%, chegou a 37,4 milhões de trabalhadores. Essa foi a única categoria investigada pela pesquisa que apresentou crescimento significativo. “Mais da metade das pessoas que foram inseridas no mercado de trabalho foi proveniente do crescimento da carteira assinada. Isso fez com que a expansão da ocupação formal fosse muito maior que a da informal”, destaca. No trimestre, o mercado de trabalho absorveu 631 mil trabalhadores formais e 299 mil informais. A taxa de informalidade chegou a 39,1% do total de ocupados, o que representa estabilidade em relação ao trimestre encerrado em junho. Ao todo, foram estimados 39 milhões de trabalhadores informais no país.

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Em relação aos setores econômicos analisados pela pesquisa, o único que registrou aumento significativo no seu número de ocupados foi o de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (3,5%, ou mais 420 mil pessoas). As outras nove atividades ficaram estáveis na comparação com o trimestre móvel encerrado em junho.

O número de pessoas dentro da força de trabalho, em que são somados ocupados e desocupados, chegou a 108,2 milhões, com alta de 597 mil pessoas no trimestre. No mesmo período, a população fora da força, estimada em 66,8 milhões, ficou estável, assim como o número daqueles que estão na força de trabalho potencial (6,5 milhões). Esse grupo reúne as pessoas que não estavam ocupadas nem em busca de trabalho, mas tinham potencial de se transformar em força de trabalho.

Já os desalentados, subgrupo da força de trabalho potencial, somaram 3,5 milhões, o menor contingente desde o trimestre encerrado em 2016 (3,5 milhões). Foi uma queda de 4,6% na comparação com o trimestre móvel anterior, o que representa 168 mil pessoas a menos.

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Renda

O rendimento médio real do trabalho foi estimado em 2.982 reais, um crescimento de 1,7% em relação ao trimestre encerrado em junho e de 4,2% em relação ao mesmo período do ano passado. “Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento no rendimento médio dos empregados com carteira no setor privado, empregados no setor público e trabalhadores por conta própria. Entre as atividades, houve expansão significativa do rendimento dos trabalhadores da indústria e da administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”, diz Beringuy.

Acompanhando o aumento do rendimento médio, a massa de rendimento atingiu novamente o maior patamar da série histórica da pesquisa, ao ser estimada em 293 bilhões de reais. Em relação aos três meses anteriores, o aumento foi de 2,7%. “Diante de uma expansão da população ocupada, temos como resultado o aumento da massa de rendimento real. Essa alta pode ter influência da maior participação de trabalhadores formais no mercado de trabalho, que têm, em média, rendimentos maiores”, analisa a pesquisadora.

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