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“Deus me livre de mulher CEO”: empresário é expulso do conselho da Hope

Tallis Gomes, CEO da G4 Educação, era membro do conselho consultivo da marca de lingerie Hope, mas fez comentários machistas e tem sido cancelado desde então

Por Camila Pati Atualizado em 21 set 2024, 20h18 - Publicado em 21 set 2024, 16h51

O empresário Tallis Gomes, CEO da G4 Educação, foi expulso do conselho consultivo da marca de lingerie Hope neste sábado, 21, após declarações consideradas machistas sobre mulheres em cargos de liderança.

A polêmica começou quando Gomes respondeu a um seguidor no Instagram com a frase “Deus me livre de mulher CEO”, ao ser questionado se teria um relacionamento com uma mulher presidente de empresa. A resposta gerou uma onda de críticas nas redes sociais. Inicialmente, na sexta-feira, 20, ele foi defendido pela diretora geral da Hope, Sandra Chayo, que publicou em seu perfil do Instagram: “Me surpreendi ao ler o post, pois não reflete a conduta dele no conselho. Sempre respeitou e valorizou a liderança feminina em nossa marca. Nós, como empresárias, acreditamos no nosso papel de protagonistas e na liberdade de escolher nossos caminhos pessoais e profissionais”, afirmou Chayo.

No entanto, a executiva voltou atrás e anunciou a saída de Gomes do conselho no dia seguinte. Segundo Chayo, a decisão reflete a necessidade de Gomes repensar seu posicionamento sobre lideranças femininas. “Este é um momento de reflexão sobre como as mulheres em altos cargos contribuem para o progresso da sociedade, algo irreversível”, declarou em nota. Ela ainda reforçou que a Hope é comandada por mulheres e que a empresa acredita em um futuro onde a equidade de gênero seja uma realidade, e não mais um debate.

Pedido de desculpas de Tallis Gomes

Após a repercussão negativa, na sexta-feira, 20, Gomes publicou um pedido de desculpas em suas redes sociais. Ele reconheceu o erro e expressou arrependimento: “Ontem, errei feio em um texto aqui no Instagram. Quero reconhecer o erro e pedir desculpas. Muitas mulheres se sentiram magoadas com minhas palavras, e estou profundamente chateado por ter causado isso”.

Gomes provocou reações após afirmar que as mulheres em posições de alta liderança são masculinizadas e deixam o lar em “quarto plano”. No comentário ele ainda havia dito que para suportar a cadeira de CEO, como a dele, é preciso ser muito “cascudo.” 

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No pedido, Gomes explicou que a postagem, feita para seus mais de 800 mil seguidores, foi infeliz: “Fui infeliz ao expressar o tipo de mulher que gostaria ao meu lado e acabei tocando em pontos sensíveis, usando palavras inadequadas”. Ele também mencionou sua empresa anterior, a Singu, uma plataforma de serviços de beleza, destacando o impacto social positivo que teve ao empregar mulheres em situação de vulnerabilidade.

Gomes ainda reforçou que suas opiniões pessoais não refletem os valores de sua empresa, G4 Educação. “Minhas palavras não representam o que o G4 é como organização. Temos orgulho de merecer a confiança de muitas mulheres executivas de sucesso, e aprendo com elas diariamente.”

Essa não é a primeira vez que o empresário gera controvérsia. Ele já havia causado alvoroço ao afirmar em suas redes que não contrata profissionais de esquerda, alegando que “esquerdistas são mimizentos” e “não trabalham duro”.

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