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Dia da Mulher: a assombrosa estimativa para lideranças femininas nas empresas

Consultoria Grant Thornton mostra que equidade de gênero avançou, mas ainda levará mais de duas décadas até que equilíbrio seja alcançado

Por Juliana Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 mar 2025, 10h01

Em pouco mais de um século, as mulheres conquistaram diversos direitos. De salários melhores ao direito ao voto, são inúmeros os sucessos que permitiram ao público feminino uma maior liberdade e força política, abrindo espaço para que elas, aos poucos, começassem a dominar os ambientes predominantemente masculinos. Mas a batalha ainda é longa – e a realidade das empresas mostra isso: no ritmo atual, serão necessários 25 anos para atingir a equidade de sexo em cargos de liderança em companhias de médio porte.

A constatação alarmante é do relatório “Women In Business 2025”, levantamento produzido pela Grant Thornton, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo. O estudo, divulgado com em primeira mão por VEJA, constata que mais de duas décadas serão necessárias para que as mulheres cheguem à metade das posições de liderança.

A pesquisa revela que 34% dos cargos de liderança no mundo são ocupados por mulheres, com destaque para a América do Sul, que lidera o ranking de presença feminina em alto escalão. O percentual de 2025 representa um tímido avanço em relação ao ano anterior e é o norte para a constatação de que o caminho a ser percorrido para a igualdade entre homens e mulheres ainda é grande.

“De forma global, a equidade entre homens e mulheres vêm crescendo a passos lentos”, afirma Élica Martins, sócia de auditoria da Grant Thornton Brasil. “O Brasil se posicionou bem entre os protagonistas para a equidade de gênero, mas é preciso mais.”

Martins destaca que a pandemia foi um relevante fator para a perda de tração de mulheres em cargos de chefia. Isso porque, nesse período, houve um aumento da presença feminina na gestão por causa do trabalho remoto, um aspecto que tem relação direta com a jornada dupla das mulheres – trabalho e afazeres domésticos. No retorno ao escritório e trabalho híbrido, elas acabaram não conseguindo se adaptar.

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“É preciso trabalhar a cultura da empresa para que haja um acolhimento. A cultura faz uma grande diferença nesse retorno das mulheres, de deixar claro que a pessoa é capaz de fazer um bom trabalho”, afirma Martins. “É preciso trabalhar o preconceito inconsciente.”

Nas áreas em que o público feminino vem se destacando estão energia elétrica, tecnologia e setor financeiro, sendo o último um dos mais desafiadores, mas onde já se vê uma movimentação, segundo a executiva.

Na agenda de ações práticas para mudar a realidade, a executiva cita os treinamentos, pensando nos laços internos e externos da companhia, de clientes a fornecedores, para que o público feminino possa se expor e pleitear novos espaços. Nesse processo, construir boas relações, interagir com times e buscar representantes em outras áreas que dividam experiências semelhantes são peça-chave – assim como ser a referência para outras mulheres que estão chegando.

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O relatório da Grant Thornton também aponta que a pressão externa continua sendo um vetor importante de mudança para as companhias. Um total de 77,6% das empresas pesquisadas já receberam solicitações para comprovar ações de igualdade entre homens e mulheres, sendo os investidores a principal fonte de cobrança, seguida pelos clientes.

É preciso também trabalhar com programas estruturados e mentorias para formar novas líderes, muito além do que apenas contratar mais mulheres. Metas claras para a alta gestão dar acesso de mulheres a cargos estratégicos e políticas de retenção de talentos femininos também estão no caderno de tarefas essenciais para qualquer companhia.

Frequentemente colocadas em dúvida sobre a sua capacidade de gerar retorno, as políticas afirmativas de sexo são essenciais para a perpetuidade das empresas daqui para frente. “A geração que está vindo já escolhe um produto pela sua diversidade. Isso será cada vez mais essencial no futuro”, afirma a auditora. “Não olhar para isso é ficar para trás.”

A trajetória da executiva é em si mesma um exemplo de lidar com dificuldades. Ela conta que ter uma rede de apoio foi essencial no nascimento das filhas, que chegaram em um momento difícil de crescimento de carreira. No grupo de pessoas dessa rede de relacionamento para enfrentar um momento delicado estavam justamente outras mulheres. “Chegar lá, no topo, é muito sobre olhar de onde se veio, dar suporte às que estão vindo e compartilhar experiências”, diz.

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