As mulheres ainda são minoria em cargos de comando dentro das empresas. No Brasil, o índice de mulheres na função de CEO ou de diretora executiva atingiu 16% em 2016, um aumento de cinco pontos percentuais em relação a 2015 (11%).
Mesmo baixo, o patamar brasileiro está acima da média mundial, que é de 12%. A pesquisa International Business Report (IBR) – Women in Business, realizada pela Grant Thornton, coletou dados de 2.500 empresas distribuídas em 36 países.
A Tailândia é o país pesquisado com mais mulheres em cargos de liderança (40%). Os países com pior desempenho são Nova Zelândia (2%), Austrália (3%) e Irlanda (3%).
“Mesmo com o crescimento das mulheres em cargos diretivos nos últimos anos, é evidente que ainda há um grande espaço a ser conquistado, podendo ampliar a presença das mulheres em todos os níveis das corporações, principalmente na transição de gerência à diretoria”, afirma Madeleine Blankenstein, sócia da Grant Thornton.
Por outro lado, o Brasil está abaixo da média global quando se trata do percentual de mulheres em cargos gerenciais. No país, só 19% das empresas empregam mulheres em cargos de segundo escalação, contra 25% da média mundial.
Neste quesito, o Brasil está empatado com o Reino Unido (19%) e à frente apenas da Alemanha (18%), Índia (17%), Argentina (15%) e Japão (7%).
Lideram o ranking Rússia (47%), Indonésia (46%) e Estônia, Filipinas e Polônia (40% cada). A Indonésia foi o país que apresentou o maior crescimento, 10 pontos percentuais em relação ao levantamento divulgado no ano passado.
Disparidade salarial
As mulheres ainda ganham menos que os homens mesmo ocupando funções iguais. O especialista da ONU Mulheres Julien Pellaux alertou que se nada for feito, a paridade salarial entre homens e mulheres vai levar 170 anos para ser alcançada
Pellaux disse que as leis trabalhistas de muitos países prejudicam as mulheres. “É difícil acreditar: em mais de 155 países existem leis discriminatórias contra as mulheres em assuntos econômicos. Podem ser leis que tentam proteger as mulheres de certos trabalhos que podem ter consequências de saúde, mas que na verdade impedem que encontrem os mesmos trabalhos que os homens.”
Para o especialista da ONU, essas leis discriminatórias têm um papel muito grande na disparidades salarial entre homens e mulheres. Segundo ele, a disparidade salarial acontece em países ricos ou pobres.
A expectativa da ONU Mulheres é alcançar a paridade salarial entre os sexos até 2030. Para atingir esse objetivo, a organização lançou uma campanha para acabar com as leis discriminatórias até 2021.
(Com Agência Brasil)