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Dinâmicas do processo seletivo do Nubank tiram o sono dos concorrentes

Complexidade e quantidade de atividades tornam seleção difícil; empresa é a única startup entre as 15 mais desejadas por universitários para trabalhar

Por André Romani Atualizado em 29 mar 2019, 18h21 - Publicado em 29 mar 2019, 07h05

Os candidatos a vagas no Nubank precisam enfrentar desafios complicados para entrar no banco. Uma participante da seleção, que pediu para não ser identificada, define a etapa de dinâmicas como a mais difícil do processo seletivo, tanto pela complexidade como pela quantidade de atividades e o tempo previsto para cada uma delas.

Segundo o banco, as dinâmicas podem ser realizadas pessoalmente ou a distância. Nesse último caso, são enviadas para os candidatos, que têm de cinco a sete dias para resolver. Durante o processo, uma funcionária ouvida chegou a ficar cinco horas resolvendo desafios.

Com menos de uma década de vida, o Nubank já se tornou um dos sonhos de consumo dos universitários brasileiros. De acordo com o ranking da companhia de recrutação Universum, a operação é a única startup na lista das quinze empresas mais desejadas pelos estudantes de instituições públicas ou privadas de ensino superior, ocupando a 13° posição em 2019.

Segundo Silvia Kihara, líder de recrutamento da startup, o processo seletivo tem um esqueleto geral, mas pode sofrer variações dependendo do cargo.

Passo a passo para virar um funcionário da Nubank

Fase 1 – Inscrição e conversa

Para participar, é necessário antes de tudo, se inscrever pelo sistema https://nubank.workable.com/. A página é em inglês justamente para já testar a proficiência dos candidatos. Depois da inscrição, a primeira etapa é uma conversa à distância por telefone ou conferência. O bate-papo é com alguém da própria área do participante.

O teor da conversa é genérico, abordando experiências profissionais e acadêmicas. A intenção é analisar se o candidato enquadra-se no perfil desejado: valores em comum com o banco, capacidade de colocar em prática as ideias e aspectos mais específicos de cada cargo. Segundo uma participante que pediu para não ser identificada, a conversa gira basicamente em troca de experiências, tanto de trabalho como pessoais.

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Fase 2 – Desafio

Nessa etapa o candidato é testado na prática. O objetivo é resolver um problema que simula o dia a dia da empresa e o teor e a duração do desafio variam de acordo com a vaga. “Normalmente, mandamos o desafio e a pessoa tem de cinco a sete dias para montar uma solução e vir apresentar para a gente. No entanto, para cargos mais sêniores, em que os candidatos não têm esse tempo disponível, fazemos algo na hora mesmo”, explica Kihara.  

Podem ocorrer mais desafios para determinados candidatos, caso os recrutadores achem necessário.

Uma concorrente da área de tecnologia, que pediu para não ser identificada, solucionou de dois a cinco desafios de programação em duas horas na frente dos gestores. “Achei a mais difícil, porque é a primeira etapa ao vivo. Aí dá um nervosismo a mais”, relata ela. “Eles te dão um problema e você codifica na frente deles, podendo mostrar uma forma de raciocínio, como constrói a arquitetura do software e como manipula os dados”, exemplifica ela.

Depois, a concorrente ainda passou por um segundo desafio: a solução de um problema com outros dois técnicos de sua área, com duração de três horas. No total, ela passou cinco horas resolvendo dinâmicas no processo seletivo, tempo que considera apertado, levando em conta a complexidade das atividades.

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Escritório em São Paulo.
Funcionários trabalham em computadores no escritório do Nubank, em São Paulo. (//Divulgação)

Fase 3 – Entrevistas

Passadas as três primeiras etapas, chega o momento das entrevistas finais. Nesse ponto, restam poucos candidatos, normalmente menos de dez. Essas entrevistas são feitas por funcionários da área à qual o candidato está se aplicando ou por alguém do setor responsável pela seleção. Em alguns casos, podem até ser ambos.

“O objetivo do avaliador é aprofundar os valores e as expectativas do candidato”, explica Kihara. Já para o candidato, o momento pode servir como um tira-dúvidas sobre o cargo e suas funções. Normalmente essas perguntas são vistas com bons olhos, pois mostram interesse no cargo – o famoso “brilho nos olhos” citado por muitos avaliadores.

Por fim, os escolhidos são decididos em uma roda de conversa em que estão presentes apenas os avaliadores que participaram do processo. Nesse ponto, o desempenho geral dos candidatos é avaliado. Se necessário, podem ainda ocorrer novas etapas para sanar as dúvidas da equipe.

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A ligação com o resultado costuma vir poucos dias depois.

Confira aqui processos seletivos de Ambev, Nestlé, Google e Itaú Unibanco

VEJA mergulhou nas etapas de seleção de cinco companhias entre as quinze mais sonhadas, de acordo com ranking elaborado pela consultoria global Universum. O candidato a uma vaga no Google, em geral, passa por ao menos quatro entrevistas. Na Ambev, pode ter de superar um dia inteiro de desafios, enquanto no Nubank é comum enfrentar uma série de dinâmicas. Na Nestlé, o nível de inglês é testado em situações diversas. E no Itaú Unibanco, há até bate­-papo com um robô. Para conhecer profundamente os processos seletivos de cada uma dessas empresas, clique acima no nome das companhias.

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