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Dólar bate R$ 5 na abertura do mercado com pânico sobre coronavírus

Medidas anunciadas pelo presidente americano, Donald Trump, de restringir viagens entre EUA e Europa repercutiram mal entre os investidores

Por Larissa Quintino Atualizado em 12 mar 2020, 11h35 - Publicado em 12 mar 2020, 09h15
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  • As medidas anunciadas na noite de quarta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para conter o avanço da pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) no país estressaram o mercado financeiro. Com isso, a cotação do dólar comercial disparou no Brasil e bateu a marca dos 5 reais logo na abertura dos negócios desta quinta-feira, 12. Por volta das 9h11, a moeda era vendida a 5,01 reais. Esse é o novo recorde nominal intradia da cotação desde o início do Plano Real.

    Com o estresse da moeda, o Banco Central agiu logo cedo, colocando 2,5 bilhões de dólares em leilão, 1 bilhão de dólares a mais que o ofertado no dia anterior. O leilão à vista tem dois objetivos: disponibilizar dólares aos bancos, para que não aconteça um estresse maior devido à falta de liquidez, e suavizar a volatilidade no mercado cambial. A entrada da moeda no mercado fez com que a cotação cedesse. Por volta das 11h30, a moeda era vendida a 4,90 reais. Porém, na comparação com a véspera, quando o dólar fechou em 4,72 reais, a alta é significativa: 3,87%.

    Na noite de quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs restrições de viagens entre EUA e Europa para tentar diminuir a transmissão do vírus, que tem índices crescentes no velho continente. As medidas agravaram preocupações sobre as consequências econômicas da disseminação da doença e  devem causar fortes perdas a empresas de viagens, além de outros mercado que dependem das negociações entre as potências. “Este é o esforço mais agressivo e abrangente para enfrentar um vírus estrangeiro na história moderna”, afirmou Trump.

    O dia de tensões fez com que o Ibovespa acionasse por duas vezes o circuit breaker. O mecanismo interrompe os negócios por meia hora quando a cotação afunda mais de 10%.  Após o retorno, caso caia mais 5%, um novo circuit breaker é acionado por uma hora. As negociações devem ser retomadas às 12h13. Se no total a bolsa cair 20%, os negócios são interrompidos por todo o dia.

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    Oficialmente, há 60 casos de Covid-19 confirmados no país pelo Ministério da Saúde. O número, porém, deve subir ainda mais porque já há mais casos confirmados em São Paulo que ainda não entraram nas estatísticas oficiais do governo. Segundo o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a transmissão do vírus no Brasil ainda não é comunitária, ou seja, é possível identificar a transmissão.

    Nas bolsas estrangeiras, o clima também era de caos. Por volta das 11h30, as bolsas de Londres e de Frankfurt caiam mais de 9%. Nos Estados Unidos, os índices também entraram em circuit breaker após queda de 7% e, após a volta das negociações, operavam em baixa de 8%.

    Na Ásia, os mercados também tiveram um dia agitado.  O índice Nikkei da Bolsa de Valores de Tóquio, terminou em queda de 4,41%, seu pior nível em quase três anos. Em Seul, a desvalorização de 3,87% e, Hong Kong, a bolsa caiu 3,66%.  Na Austrália, o tombo foi de 7,36%. As bolsas chinesas foram as que acumularam menor queda, na casa de 2%, após o país anunciar que o pico da transmissão do coronavírus no país já foi superado.

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