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Dólar fecha a R$ 3,71, após intervenção extra do Banco Central

Moeda, que fechou cotada a R$ 3,92 na quinta-feira, caiu com força nesta sexta, pressionada pelas ações do BC

Por Gilmara Santos
Atualizado em 8 jun 2018, 18h51 - Publicado em 8 jun 2018, 17h33

A declaração do presidente do Banco Central (BC)Ilan Goldfajn, de que a autarquia monetária vai usar todos os instrumentos necessários para conter a pressão sobre o câmbio fez o dólar ceder após três altas seguidas e fechar o pregão desta sexta-feira 8 em queda de 5,43%, cotado a 3,71 reais. São 21 centavos a menos do que no dia anterior, quando a moeda atingiu o maior valor em dois anos, cotada a 3,92 reais

“O BC veio a público e deu uma declaração contundente dizendo que vai usar todas as medidas necessárias para conter o excesso de volatilidade no câmbio. Mais do que a ação em si, foi o tom da fala do Ilan Goldfajn, que mandou mensagem clara ao mercado de que agora vai entrar para atuar. Essa declaração foi suficiente para o mercado desmontar uma série de posições”, avalia o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo.

Na noite de quinta-feira, o BC convocou uma entrevista e afastou o uso da taxa de juros para controlar o câmbio. “A política monetária é separada da política cambial, não há relação mecânica entre as duas. A política monetária olha para projeções, expectativas de inflação e balanço de riscos e não será usada para controlar taxa de câmbio”, disse o presidente do BC.

Goldfajn afirmou que vai continuar a oferecer contratos de swap (venda de dólares pelo Banco Central com o objetivo de interferir na cotação da moeda). Ao longo da próxima semana, serão oferecidos 24,5 bilhões de dólares nos leilões, equivalentes à venda futura de dólares. E não descartou a adoção de outras medidas, como os leilões de linha – quando o BC vende dólar à vista, com o compromisso de recompra.

“O presidente do BC citou até entrar no mercado à vista, que é uma ação muito eficiente porque é o BC vender reservas para colocar mais dólares e jogar a cotação para baixo, algo que não faz há muitos anos”, destaca Bergallo.

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Para o analista-chefe da DMI Group fundos de private equity, Vicente Koki, a interferência do Banco Central, que colocou mais swap cambial no mercado, puxou a moeda para baixo. “Mas a tendência é que o dólar continue com movimento de alta em função de elevação da taxa de juros americana, incertezas em relação às eleições e produto interno bruto mais fraco”, considera.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou o pregão desta sexta-feira em queda de 1,36%, aos 72.850 pontos. As principais quedas foram nos papéis da Vale (-6,69%), Fibria (-5,01%) e Embraer (-4,23%). A ações da Petrobras caíram 2,54%.

Nesta sexta-feira, o Tesouro Nacional suspendeu as negociações com títulos públicos por três vezes. A primeira foi logo na abertura do pregão. A previsão é que voltaria às 12h30, quando foi anunciado que ficaria para as 15h30, mas neste horário foi ampliada a suspensão até segunda-feira. A justificativa do Tesouro é que a paralisação das operações foi necessária devido à volatilidade nas taxas de juros dos títulos públicos.

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