Dólar nas alturas deve impactar venda de panetones no país
Produto devem chegar com preços 5% a 10% mais caros para o consumidor, reflexo do repasse de custo com a importação de farinha de trigo
A temporada de venda de panetones está começando. O produto começa a ser oferecido nos supermercados já nas próximas semanas. A disparada do dólar, entretanto, deve encarecer o produto e, por consequência, reduzir o ritmo de vendas.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães (Abimapi), Claudio Zanão, diz que a farinha de trigo, principal insumo do panetone, acumula uma alta de 20% somente no segundo trimestre do ano. “Os fabricantes de biscoitos, massas e panetones fizeram um repasse de 5% a 10% em seus preços.”
O preço mais alto combinado com o desaquecimento da economia deve impactar as vendas de panetone neste Natal. A projeção da Abimapi é que o crescimento em volume e faturamento fique em torno de 8%, um porcentual menor que o verificado em 2017. No ano passado, o setor registrou um aumento de 13% em volume – alcançando 40 mil toneladas – e de 15% em valor – atingindo uma receita de 600 milhões de reais.
Para driblar as dificuldades econômicas, Zanão diz que o setor apostou em embalagens diferenciadas e novos produtos. No caso das embalagens, a ideia é que elas transformem o panetone em um presente.
“O bolso continua o mesmo. Verificamos duas tendências: embalagens diferenciadas e muita variedade. Vamos ter panetone sem glúten, integral, sete grãos, para todos os gostos”, afirmou o presidente da Abimapi.
Apesar das variações de sabor, 80% dos panetones vendidos na última temporada foram dos sabores tradicionais – com gotas ou frutas secas.
Estudo divulgado hoje pela Kantar Worldpanel revela que mais de 29 milhões de famílias consumiram panetone entre novembro de 2017 e janeiro deste ano. O produto chegou a 53,2% dos lares. Na classe AB1, a mais alta, o índice chegou a 78% na Grande São Paulo.
Segundo o levantamento, cada família levou para casa 1,3 quilo de panetone, uma alta de 2,6% em comparação com novembro de 2016 a janeiro de 2017.