Dólar opera abaixo de R$ 4 com otimismo pela reforma da Previdência
Pacto acordado em reunião entre os presidentes dos três Poderes na terça-feira animou os investidores, que esperam uma tramitação mais tranquila
Depois de treze dias, o dólar voltou a operar abaixo da casa dos 4 reais. Nesta quarta-feira, 29, por volta das 11h10, a moeda estava em baixa de 0,6%, sendo vendida a 3,99 reais.
O otimismo no cenário interno, influenciado pelo “pacto pela retomada do crescimento” acordado entre líderes dos três Poderes em reunião na terça-feira, 28, e que sinaliza uma tramitação mais calma da reforma da Previdência, é o principal motivo da baixa da moeda americana.
No mesmo horário, o Ibovespa estava em alta de 0,26%, com 96.678 pontos.
Segundo Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, o dólar chegou a um novo momento de queda. “O dólar caiu porque há uma melhora acentuada (no cenário econômico). É reflexo direto do avanço sinalizado da reforma”, afirma ele.
O otimismo do mercado começou a ser percebido de uma reunião na terça-feira entre o presidente Jair Bolsonaro; o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Após o encontro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que os presidentes dos três Poderes vão assinar um pacto com um conjunto de metas e ações, possivelmente na semana do dia 10 de junho. Maia afirmou que só assinará o pacto após apresentar o texto aos líderes da Casa e ter o aval da maioria deles.
Depois de troca de farpas entre o Legislativo e o Judiciário com o Executivo, a notícia anima o mercado, que enxerga a reunião como uma sinalização de acordo entre os Poderes. “Não é que todos vão concordar. Mas será um pacto de foco em comum, que vai manter o poder de discordância para cada um deles”, diz Nehme.
Além disso, a aprovação pelo Senado na noite de terça-feira da medida provisória da reforma administrativa também foi vista de maneira positiva, mesmo com a Casa votando para que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ficasse na pasta da Economia, e não na da Justiça e Segurança Pública, como queria o governo. Para os investidores, o saldo poderia ter sido pior.