Depois de dias de tensão, o mercado de câmbio amanhece (bem) mais calmo. O dólar comercial opera em forte queda. Por volta das 10h45, a moeda americana recuava 1,7%, vendida a 5,47 reais, em relação ao fechamento da quarta-feira, quando encerrou o dia custando 5,56 reais. Na comparação com a terça-feira, quando o dólar renovou a máxima em mais de dois anos e meio, o recuo é de quase 20 centavos.
O Ibovespa abriu em alta e avança 0,5% nesta manhã, aos 126,2 mil pontos.
O recuo ocorre pela mudança de tom do governo federal, que parece ter acalmado os ânimos dos investidores, além disso, no mercado externo, o dia é de baixa movimentação, devido ao feriado de Independência nos Estados Unidos.
Ontem à noite, depois de várias reuniões ao longo do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo vai cortar 25 bilhões de reais em gastos para 2025, o que soou como música para os ouvidos dos agentes financeiros, que temem pelo descontrole nas contas públicas. De acordo com Haddad, o presidente Lula mandou preservar o arcabouço fiscal. O ministro afirmou também que haverá um pente-fino em benefícios sociais. As despesas serão formalizadas no próximo relatório de avaliação do Orçamento, previsto para ser divulgado no dia 22 de julho.
Após sucessivas altas do dólar, o clima começou a ser pacificado na quarta-feira. Após a reunião do Conselho da Federação, o ministro Haddad disse que a diretoria do Banco Central tem autonomia para agir no câmbio. Também na quarta-feira, Haddad esteve com o presidente Lula pela manhã. Durante a tarde, o presidente conversou com a equipe econômica para debater o corte de gastos.
Em uma declaração diferente da linha que o presidente estava seguindo de críticas ao ajuste fiscal e à condução do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, Lula, ainda na quarta-feira, afirmou que não “joga dinheiro fora”, que responsabilidade fiscal é um compromisso do governo desde 2003 e que será mantido à risca.