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Dólar sobe e volta a R$ 3,70 apesar da aposta do mercado em Bolsonaro

O dólar avançou 1,39%, a 3,7053 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,5822 reais na abertura dos negócios

Por Reuters Atualizado em 29 out 2018, 18h36 - Publicado em 29 out 2018, 17h37

O primeiro pregão após a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) nas eleições presidenciais terminou com o dólar em alta e de volta ao nível de 3,70 reais, com investidores embolsando lucros recentes enquanto monitoram a divulgação de detalhes sobre o futuro governo.

O dólar avançou 1,39%, a 3,7053 reais na venda, depois de marcar a mínima de 3,5822 reais na abertura dos negócios. Na máxima, à tarde, atingiu os 3,7185 reais. O dólar futuro tinha valorização de cerca de 1,8%.

“Não acabou o bom humor (com a vitória de Bolsonaro). Está havendo uma realização [venda de ativos com lucro]”, disse o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado ao explicar a inversão da trajetória do dólar da queda registrada pela manhã para uma alta.

Entre o primeiro e o segundo turno da eleição presidencial, o dólar perdeu 20 centavos de real com o mercado montando posições para a decisão de domingo passado, em que o capitão da reserva do Exército de 63 anos derrotou o petista Fernando Haddad.

Na sexta-feira, o dólar chegou a atingir o menor valor em cinco meses, devido ao otimismo dos investidores com a proximidade de vitória de Bolsonaro.

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“Existia ainda algum hedge nas posições para o risco Haddad, que foi logo devolvida na abertura”, completou Alessie Machado.

Com boa parte da vitória de Bolsonaro já precificada, os investidores estão de olho agora nos próximos passos do governo de Bolsonaro, principalmente no que se refere à economia.

“Os próximos drivers para o dólar local serão a divulgação da equipe econômica e esclarecimentos em relação ao plano de governo”, afirmou o sócio da assessoria de investimentos Criteria Investimentos, Vitor Miziara, referindo-se a questões como controle de gastos e reforma da Previdência.

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Em seu primeiro discurso após ser declarado vitorioso, Bolsonaro prometeu respeitar a Constituição, fazer um governo democrático e unificar o país, além de defender compromisso com a responsabilidade fiscal.

O economista Paulo Guedes, que comandará o Ministério da Fazenda no novo governo e foi o principal motivo para Bolsonaro angariar o apoio do mercado financeiro, declarou que buscará zerar o déficit fiscal em um ano, além de colocar a reforma da Previdência como prioridade.

Já o futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que o BC no novo governo trabalhará com a definição de variações para juros e câmbio, e que buscará dar maior previsibilidade a empresários em relação à oscilação da moeda norte-americana.

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Ao ser questionando sobre o estabelecimento de uma meta para câmbio, contudo, ele negou que a investida esteja nos planos, mas não deu detalhes sobre como a dinâmica para o dólar eventualmente vai funcionar.

A correção no mercado doméstico acabou ganhando força no período da tarde, quando o mercado externo piorou e o dólar firmou-se em alta ante a maioria das divisas emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano. O maior valor, no entanto, se dava ante peso mexicano após o presidente eleito Lopez Obrador cancelar o projeto de um novo aeroporto na Cidade do México, no valor de 13 bilhões de dólares.

Ante a cesta de moedas, o dólar subia em dia de fraqueza do euro após a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ter declarado que não buscará uma reeleição como presidente do partido, marcando o fim de uma era de 13 anos em que ela dominou a política europeia.

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A notícia de que o governo dos Estados Unidos poderá aplicar tarifas sobre todos os produtos chineses importados pelos EUA, se falhar o encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, acabou azedando as bolsas norte-americanas e espalhando a aversão ao risco para o mercado de moedas.

 

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