O Governo do Estado de São Paulo anunciou que irá zerar as tarifas de aeroportos do interior, administrados pelo estado, para empresas aéreas por 90 dias. A medida faz parte de uma série de pleitos das aéreas que enfrentam forte crise devido a pandemia do coronavírus. As empresas cancelaram boa parte de seus voos por restrições determinadas por governos para tentar conter o avanço da Covid-19.
Com isso, São Paulo se antecipa ao governo federal no socorro a aéreas. Há expectativa que os ministérios da Economia e da Infraestrutura anunciem ainda hoje um pacote de medidas para mitigar os prejuízos do setor e evitar a falência das empresas.
Segundo o governo de São Paulo, as principais demandas são quanto ao imposto no combustível de aviação, as tarifas aeroportuárias e a prorrogação do prazo para início de rotas no interior paulista, que faziam parte do acordo entre as empresas e a gestão estadual para a redução do ICMS no combustível. “As companhias não querem subsídios, mas sim ferramentas para lidar com a crise e evitar a saída de caixa”, informou Vinicius Lummertz, secretário de Turismo, que participou do encontro.
Desde o fim do Carnaval — quando a Europa viu o cenário piorar e o Brasil confirmou seu primeiro caso — o cenário para as aéreas é devastador. A Gol cancelou todas as suas frequências internacionais e 90% das aeronaves estão no chão. A Azul está com cerca de 70% da frota parada e a Latam também enfrenta reduções drásticas na operação. A Amazonense MAP, anunciou que suspendeu suas operações até 22 de março.
Segundo o governo do estado, a expectativa é que em agosto as operações já deem sinais de recuperação. O plano do governo federal deve, entre outras medidas, adiar o pagamento de tributos para estas companhias por 90 dias, com a esperança de que o cenário melhore. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro Tarcísio Freitas disse que o governo deve flexibilizar o prazo para que as companhias façam o reembolso das passagens para clientes que tiveram voos cancelados devido a crise.