Dos boxes da Fórmula E às ruas, multinacional ABB impulsiona a eletrificação no Brasil
Empresa que carrega os carros da Fórmula E aposta no Brasil para expandir a infraestrutura da mobilidade elétrica
Um carro elétrico na Fórmula E, é capaz de ir de 0 a 100 km/h em apenas 1,86 segundos. Com um poder de aceleração 30% mais rápido do que na Fórmula 1, os veículos chegam a marcar 320 km/h de velocidade máxima na principal categoria elétrica do automobilismo mundial.
Números assim comprovam o desempenho e eficiência da tecnologia disponível no E-prix da Fórmula E, cuja corrida de abertura da temporada será realizada em São Paulo no próximo sábado, 6, no Anhembi.
Patrocinadora do evento, a multinacional suíça ABB, especializada em eletrificação e automação, é a empresa que alimenta as baterias dos carros. Para se ter uma ideia da sua potência desses equipamentos, um carregador de corrente contínua de 160kW da ABB capaz de recarregar dois veículos Gen 3 Evo simultaneamente em menos de 45 minutos.
Segundo os executivos da empresa, que conversaram com exclusividade com a reportagem de VEJA Negócios, a temporada da Fórmula E é fundamental para a empresa apresentar a tecnologia e infraestrutura que envolve o universo carros elétricos e mostrar como esses avanços nas pistas estão também nas ruas e rodovias brasileiras.
“Estamos vivendo uma transformação energética jamais vista desde a Revolução Industrial”, diz Luciano Nassif, principal executivo da ABB no Brasil. A empresa, que tem mais de 140 anos de história e 110 anos de operação no país, vem reforçando sua atuação em eletrificação num momento em que a demanda global por energia está explodindo por conta da inteligência artificial, aumento dos data centers e avanços nas metas de descarbonização.
A companhia, que soma mais de 140 anos de história e 110 anos de operação no país, vem ampliando sua atuação em eletrificação num momento em que a demanda global por energia cresce impulsionada pela inteligência artificial, pela expansão dos data centers e pelas metas de descarbonização. A ABB opera em três grandes frentes: eletrificação, motores e acionamentos (motion) e automação. Segundo a Agência Internacional de Energia, mais de 50% da redução global de emissões necessária até 2050 virá da eletrificação. Nassif explica que 45% de toda a eletricidade mundial é consumida pelo setor industrial e que somente 25% dos motores industriais no mundo contam hoje com acionamentos e gestão de energia, que agregam eficiência e reduzem o consumo. “Costumo dizer que a melhor energia é aquela que a gente não usa”, diz.
O Brasil, avalia o executivo, avançou nos últimos anos, mas ainda está “numa fase inicial” na construção da infraestrutura necessária para ampliar a mobilidade elétrica. O país já superou a marca de mil municípios com pelo menos um carregador público, embora a concentração ainda seja maior no Sudeste. “Já existe tecnologia. O que precisa agora é escala”, afirma. A falta de infraestrutura ainda preocupa: o país deve ter 1,4 milhão de veículos elétricos até 2030, mas conta hoje com apenas 16,8 mil carregadores instalados.
Investimentos no Brasil
A multinacional tem trabalhado para diminuir esse gap. O vice-presidente de eletrificação da companhia, Marcelo Vilela, explica que o portfólio da ABB vai de carregadores de 4 kW a modelos ultrarrápidos de até 1.200 kW, lançados neste ano e destinados a caminhões e ônibus pesados. A tecnologia inclui sistemas pantográficos, que realizam carregamentos pelo teto e permitem reabastecer um ônibus em 30 segundos ou um minuto.
A empresa já instalou mais de 5 mil carregadores de corrente alternada (AC) no Brasil, destinados a residências e a pontos semipúblicos, e vendeu mais de 300 carregadores rápidos ou ultrarrápidos. No mundo, o total instalado pela ABB supera 1 milhão de unidades, das quais 50 mil são de carga rápida. No entanto, o caminho ainda é longo
Nos últimos anos, a ABB investiu 45 milhões de dólares para modernizar sua operação no Brasil. Os recursos foram usados na modernização de unidades, como a planta de Contagem (MG), certificada com o selo Mission to Zero após a adoção de soluções de eficiência energética, e na construção de uma nova planta em Sorocaba (SP) dedicada a produtos de baixa e média tensão. A empresa mantém mais de 7 mil profissionais em pesquisa e desenvolvimento no mundo e destina 4% do faturamento global anual à área. “A empresa evoluiu junto com a sociedade e conseguiu fazer isso bem”, afirma Villela.
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