Economia com reforma da Previdência pode ser de R$ 1,3 trilhão, diz Guedes
Segundo ministro, mudanças na Previdência são necessárias para que Brasil não siga 'o caminho da Grécia'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, estima que a proposta de reforma da Previdência estudada pelo governo Jair Bolsonaro deve gerar economia de até 1,3 trilhão de reais em dez anos.
Em entrevista à agência Reuters durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, Guedes ressaltou a dimensão de uma reforma previdenciária que investidores consideram a pedra fundamental da agenda econômica do presidente Bolsonaro. “Estamos estudando os números e eles variam de 700 a 800 bilhões a 1,3 trilhão de reais então é uma reforma significativa e nos dará um importante ajuste estrutural fiscal”, disse.
Segundo o ministro, o efeito fiscal da reforma deve resolver o problema das contas públicas por até 30 anos. “É isso ou seguimos (o caminho da) Grécia”. O país europeu gasta de 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) com aposentadorias e precisou deixar de pagar benefícios por conta da grave crise econômica, em 2009.
A estimativa de economia de Guedes é a mesma do projeto de reforma apresentado pelo ex-presidente do Banco Centra, Armínio Fraga, e o economista Paulo Tafner. A proposta está sendo considerada pela equipe de Paulo Guedes. Nesse modelo de reforma, seria fixada uma idade mínima de 65 anos para todos os trabalhadores.
A transição entre o modelo atual e o provável novo modelo duraria cerca de 12 anos, metade do tempo da proposta do ex-presidente Michel Temer, que previa economia de 800 milhões de reais.
A proposta Armínio-Tafner prevê a criação de um modelo de capitalização para nascidos a partir de 2014. Esses novos trabalhadores não contribuiriam para o regime geral, como é hoje, mas para uma poupança que financiaria seu benefício no futuro. Os militares seriam o único grupo que não precisaria cumprir idade mínima, mas o tempo de trabalho antes da reserva aumentaria de 30 para 35 anos.
Em entrevista à TV Record, Bolsonaro afirmou que a mudança nos benefícios das Forças Armadas pode ficar para uma segunda fase da reforma da Previdência.
(Com Reuters)