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Economia volta a mergulhar na incerteza

Pânico na bolsa. Disparada do dólar. A crise política ameaça as reformas e a retomada da atividade econômica

Por Bianca Alvarenga Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Marcelo Sakate Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 Maio 2017, 08h40
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  • Parece urucubaca. Depois de ensaiar uma bem-­vinda retomada, a economia voltou a mergulhar na incerteza. A semana havia se iniciado com a divulgação de indicadores auspiciosos, os quais apontavam para a volta do crescimento econômico e da criação de empregos no mercado de trabalho. Era dado como certo, na avaliação da absoluta maioria dos analistas, que a recessão havia finalmente sido superada, depois de dois longos e tenebrosos anos. A expectativa era que a recuperação seria consolidada ao longo de 2017, favorecida pelo avanço das reformas e da redução na taxa de juros. O duro trabalho de reequilíbrio da economia estava surtindo efeito. Mas, a partir de agora, as perspectivas dependerão dos desdobramentos políticos. O presidente Michel Temer sai? Se sair, quem será o novo presidente? E quem serão os membros da nova equipe econômica? Ou a equipe atual, liderada pelo ministro Henrique Meirelles, permanece onde está? E, se Temer ficar, conseguirá aprovar as reformas? O Banco Central vai continuar a reduzir as taxas de juros? São muitas perguntas e poucas respostas. Só nos próximos dias (talvez semanas) será possível dimensionar o real impacto da crise sobre a retomada.

    Um dado, pelo menos, é certo: o otimismo se esvaziou. Na quinta-feira, o dia seguinte ao da divulgação da delação de Joesley Batista, o Ibovespa, o principal índice de ações da bolsa brasileira, entrou em pânico — e caiu 8,8%, o pior resultado desde outubro de 2008, no auge da crise financeira global. Foi preciso acionar o circuit breaker, mecanismo pelo qual as vendas de papéis são interrompidas por trinta minutos quando o pregão chega a cair 10%. No dólar, outra paulada. A cotação da moeda americana saltou de 3,13 para 3,39 reais, uma alta de 8,3%, a maior desde 2003. Algumas das maiores empresas brasileiras viram suas ações perder, em instantes, mais de 10% de seu valor. Uma Petrobras inteira evaporou do mercado, somando-se todas as perdas registradas. Na sexta-feira, por volta das 14 horas, as ações subiam em torno de 3%, em um movimento de ajuste — e não de normalidade.

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