EcoRodovias: Caminho pavimentado para a expansão
A empresa prevê 52 bilhões de reais em investimentos e destaca a concessão Rio-Minas como ativo estratégico
A Ecovias Rio Minas tem se destacado no portfólio do grupo EcoRodovias como um dos principais vetores de crescimento do negócio. Com quase 730 quilômetros de extensão e contrato iniciado em 2022, o ativo já apresenta avanços expressivos: mais de 1 000 quilômetros de recapeamento, 400 pontes e viadutos reformados e 200 taludes recuperados em apenas três anos. Para Marcello Guidotti, presidente do grupo EcoRodovias, a importância da concessão vai além da infraestrutura física. “Esse trecho conecta polos logísticos estratégicos do país e impulsiona o desenvolvimento econômico regional. É um exemplo de como nossos investimentos geram eficiência para a operação e benefícios diretos para a população”, afirma.
Um dos marcos mais simbólicos é a duplicação da ponte sobre o Rio Doce, na cidade de Governador Valadares (MG). O projeto, que conta com investimento de 309 milhões de reais, contempla vias marginais, viadutos, passarelas e pontos de ônibus, além da geração de cerca de 2 000 empregos diretos e indiretos. “A nova ponte vai ampliar a capacidade de tráfego, reduzir congestionamentos e melhorar a mobilidade de toda a região”, destaca Julio Amorim, diretor superintendente da Ecovias Rio Minas e Ecovias Ponte.
Os resultados da concessão refletem uma estratégia mais ampla da EcoRodovias. Hoje, a empresa administra seus doze contratos vigentes adotando critérios mais seletivos para novos projetos. Cerca de 40% da malha atual será ampliada até o fim dos contratos, com investimentos planejados que somam 52 bilhões de reais. Esse conjunto de iniciativas reforça o posicionamento da EcoRodovias como a maior operadora de rodovias do Brasil e uma das líderes no setor de infraestrutura. Além das obras físicas, o plano de crescimento da empresa inclui iniciativas de eficiência operacional e transformação digital. Entre os projetos em andamento estão a pesagem em movimento e o pedágio eletrônico free flow (cobrança automática sem cancela). Segundo Guidotti, o aumento do tráfego — impulsionado por ampliações de estradas e pelo avanço da atividade logística —, aliado a reajustes tarifários, será determinante para sustentar o faturamento.
No setor de infraestrutura, é natural que o lucro líquido não se mantenha nas fases de expansão, devido ao impacto dos investimentos nas despesas financeiras. “Nosso desempenho está alinhado ao ciclo previsto e deve gerar resultados ainda mais expressivos nos próximos anos”, diz Guidotti. No último ano, a Ecovias Rio Minas registrou receita de quase 1,46 bilhão de reais e lucro líquido de 386 milhões, com uma rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 34%, resultados que ajudaram a empresa a sobressair como a melhor do seu ramo.
Apesar de avanços recentes, o setor ainda enfrenta desafios fundamentais. Entre eles está a falta de previsibilidade, pois, mesmo contando com longos contratos, as empresas correm o risco de deparar com cenários adversos. “A inclusão de mecanismos automáticos de reequilíbrio econômico-financeiro nos contratos, baseados em critérios claros e predefinidos para lidar com variações inesperadas de demanda ou custos — como mudanças regulatórias ou eventos climáticos extremos —, poderia simplificar os processos do setor”, afirma Olivier Girard, sócio-diretor da consultoria Macroinfra. Nesse cenário de falta de previsibilidade, a EcoRodovias deve continuar apostando em planejamento, inovação e busca de eficiência.
Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19







