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Eletrobras: conta de luz deve cair com privatização, diz ministro

A hidrelétrica de Itaipu e as usinas nucleares devem ficar fora da desestatização; ações da Eletrobras disparam após anúncio de venda

Por Da redação
Atualizado em 22 ago 2017, 13h58 - Publicado em 22 ago 2017, 12h06

As contas de luz devem ficar mais baratas com a privatização da Eletrobras. A estimativa foi feita hoje pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

Segundo ele, a redução futura na conta de luz será reflexo da diminuição de custos. “Esperamos que, com a redução de custos e com os ganhos de eficiência no processo, a conta de luz fique mais barata no médio prazo.”

Em entrevista sobre o envio da proposta de privatização da Eletrobras, o Ministério de Minas e Energia informou que a usina hidrelétrica de Itaipu e as usinas nucleares deverão ficar fora do processo de venda. A hidrelétrica, a maior do país e uma das maiores no mundo, é responsável por cerca de 17% da energia consumida no Brasil.

Segundo o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa, essas usinas terão tratamento diferenciado. “Se for entendido que o projeto nuclear não pode ser privatizado, bem como a Usina de Itaipu, esses projetos serão segregados dentro do processo”, disse.

A modelagem do processo de privatização ainda não está definida e deverá ser discutida tanto pelo Planalto como pelo conselho de administração da própria empresa. A promessa é de modernizar a gestão da Eletrobras, reduzindo ineficiências.

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De acordo com Coelho Filho, o processo será apresentada na quarta-feira ao conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo federal. Ele voltou a citar a Embraer e a Vale como exemplo de processos semelhantes, que também ocorreram em outros países. O anúncio fez com que as ações da empresa disparassem na Bolsa de Valores na manhã desta terça.

“Trata-se de um movimento muito maior do que apenas a necessidade arrecadatória. Vamos entregar uma nova empresa muito mais ágil após esse processo, com capacidade de enfrentar os desafios em um cenário competitivo com empresas globalizadas”, afirmou o ministro.

Coelho Filho citou as dificuldades que a Eletrobras vem enfrentando, mas elogiou o atual comando da estatal. “Quando assumimos, a empresa valia 9 bilhões de reais e agora vale 20 bilhões de reais. A empresa teve prejuízos acumulados nos últimos anos, mas tivemos lucro nos dois primeiros trimestres de 2017, o que mostra a melhora da governança na empresa”, completou.

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Modelo

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, avaliou que o processo terá grande importância para o setor de energia e para o país, mas também para o mercado de capitais brasileiro. “A modelagem de venda ainda não está concluída. Isso é algo que ainda vamos discutir a partir de agora, considerando o que está previsto na lei de desestatização”, disse Guardia. “Haverá total transparência em cada uma das fases do processo”, completou.

Guardia também enfatizou que a venda da Eletrobras não será feita para gerar receita primária, porque receitas de desestatizações são receitas financeiras. “Então isso não está sendo feito com o objetivo de impactar o resultado fiscal”, concluiu.

Em relação a investimentos, Pedrosa disse que a desestatização da Eletrobras irá gerar um ambiente propício para o setor elétrico. “Esse movimento fortalece a Eletrobras como player de mercado”, afirmou.

(Com Estadão Conteúdo)

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