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Em dia de novo circuit breaker, bolsa cai 10,35% e dólar bate R$ 5,20

Piora da situação da economia com a crise do coronavírus aumentou o a aversão a risco dos investidores

Por Larissa Quintino, Felipe Mendes Atualizado em 18 mar 2020, 21h43 - Publicado em 18 mar 2020, 17h57

Após flertar com um novo acionamento do circuit breaker que paralisaria as negociações pela segunda vez no dia, o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, fechou em queda de 10,35%, aos 66.894 pontos. O dólar comercial disparou e fechou vendido a 5,20 reais, batendo novo recorde nominal da moeda.

Temores com avanços do coronavírus e suas consequências econômicas, além da expectativa sobre corte na taxa básica de juros, a Selic, agitaram o mercado. Tanto que, por volta das 13h18, o Ibovespa paralisou as negociações com a queda de mais de 10%. Com o circuit breaker desta quarta-feira, a bolsa soma seis paralisações nas últimas seis semanas, igualando 2008, quando houve seis paradas de segurança durante a crise do subprime nos Estados Unidos.

A situação de caos no mercado financeiro com paradas sucessivas nas negociações é ainda mais volátil que em 2008. Na ocasião, o circuit breaker foi acionado em um intervalo de quatro semanas. Agora, as quedas sucessivas aconteceram em um intervalo de nove dias. “O nome do jogo, hoje, é volatilidade e aversão a risco, com a ameaça de recessão iminente no mundo”, definiu Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.  

Nesta quarta-feira, o governo publicou no Diário Oficial da União o pedido ao Congresso para a decretação de Calamidade Pública. A medida suspende a obrigatoriedade do governo em cumprir o teto de gastos. O mecanismo está previsto no Artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). O estado de calamidade pública também suspende obrigações de redução de despesa com pessoal quando este gasto ultrapassa os limites previstos na própria lei. Segundo o presidente Jair Bolsonaro, a medida visa garantir o emprego e a saúde dos brasileiros diante da epidemia do novo coronavírus. Nesta quarta, o número de mortes subiu para 3.  

Caso o Congresso aceite a decretação da calamidade, o governo irá liberar recursos para tentar mitigar os danos da crise. Nesta quarta, o ministro Paulo Guedes anunciou que deverá liberar 15 bilhões de reais para trabalhadores informais. O dinheiro será usado para pagar, por três meses, 200 reais para esses trabalhadores.  

Os investidores também estão apreensivos com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que anuncia sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. Hoje, o indicador está em 4,25% ao ano, menor patamar da história. O Banco Central havia indicado anteriormente que poderia fazer ajustes adicionais na Selic, acompanhando medidas de outros países, como os Estados Unidos.

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