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Em reunião com Alckmin, empresas pedem que governo não retalie os Estados Unidos

Empresários pedem que o governo não confronte os Estados Unidos e sugerem prorrogar o prazo de negociação para reverter a sobretaxa de 50%

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 jul 2025, 13h53 - Publicado em 15 jul 2025, 13h52

Os representantes do empresariado pediram ao governo brasileiro que não retalie os Estados Unidos como resposta à intenção do presidente americano, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre as exportações para lá. O pedido foi apresentado ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, na reunião realizada na manhã desta terça-feira, 15, com alguns dos setores produtivos que podem ser mais prejudicados pela medida. As empresas também recomendaram que o governo peça mais tempo aos Estados Unidos para encontrar uma solução para o impasse, já que entendem que os quinze dias que restam até o início da vigência da sobretaxa são insuficientes para formular uma proposta técnica.

Além de Alckmin, representaram o governo no encontro os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento, Simone Tebet, e da Casa Civil, Rui Costa. Já as empresas foram representadas por dezoito participantes, entre dirigentes de associações setores e executivos de grandes empresas.

Segundo a rede de notícias CNN, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, afirmou que recorrer à retaliação para confrontar os americanos não é “prudente” e que o governo deve evitar que questões políticas contaminem as negociações. Os presentes pediram uma atitude pragmática do Palácio do Planalto, o que incluiria, inclusive, solicitar a prorrogação do prazo para negociar um acordo com a Casa Branca que encerre a crise.

Ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei de reciprocidade aprovada pelo Congresso em abril. O objetivo da lei é permitir que o governo adote medidas contra países que imponham sanções aos produtos brasileiros, alegando motivos comerciais e comerciais, entre outros.

A senadora Tereza Cristina (PP-MS), vice-presidente da banca ruralista e relatora do projeto de reciprocidade, afirmou hoje à Folha de S.Paulo que a lei só deve ser aplicada como “último recurso”. Para ela, a reciprocidade não pode servir como arma de confronto entre Brasília e Washington.

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A assinatura da lei por Lula, contudo, é vista pelos analistas como um recado claro a Trump de que não assistirá passivamente à imposição da sobretaxa aos produtos brasileiros. A própria lei da reciprocidade foi proposta e aprovada em abril, no calor do anúncio do tarifaço de Trump, no dia 2 daquele mês, que eleva as tarifas sobre as importações provenientes de praticamente todos os países.

Apesar do desejo dos empresários, a politização da tarifa de 50% foi posta na mesa pelo próprio Trump, ao destacar que um dos motivos da decisão é o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado político, pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023. Como se sabe, Eduardo Bolsonaro, um de seus filhos, encontra-se nos Estados Unidos e mantém contato constante com a Casa Branca.

Na reunião desta manhã, Alckmin afirmou que as tarifas anunciadas por Washington são “absolutamente inadequadas”. O vice-presidente lembrou ainda que oito dos dez produtos americanos mais importados pelo Brasil entram no país com alíquota zero. Além disso, Alckmin sublinhou que o Brasil registra déficit comercial na relação com os Estados Unidos.

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Após o encontro, o vice-presidente afirmou a jornalistas que o governo prepara uma carta para ser entregue aos americanos, pedindo a prorrogação do prazo das negociações e o consequente adiamento do início da aplicação da sobretaxa.

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