Se na semana passada o mercado não alterou as principais variáveis macroeconômicas contidas no Boletim Focus, nesta, há alterações no cenário deste ano. Segundo os dados compilados pelo Banco Central e divulgados nesta segunda-feira, 6, os analistas projetam que a taxa básica de juros, a Selic, termine o ano em 9,63%, acima dos 9,5% previstos na semana passada. Os economistas também alteraram projeções de inflação e PIB para este ano.
A projeção da taxa Selic para este ano acontece na semana em que o Comitê de Política Monetária, o Copom, realiza sua reunião para decidir sobre os rumos da política monetária. Desde o último encontro, o colegiado adotou um tom menos flexível para os juros, devido um cenário externo mais complicado — em especial pela incerteza sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos — e interno, com o mercado de trabalho aquecido e aumento das preocupações fiscais. A taxa está em 10,75% ao ano, e houve a indicação na ata da última reunião que o corte seria de 0,5 ponto percentual. Parte do mercado, porém, já crê numa redução menor, de 0,25 ponto.
Ritmos menores de redução podem culminar numa Selic terminal maior que o estimado. Há um mês, os analistas consultados pelo Focus estimavam que a taxa básica de juros encerrasse o ano em 9%, e agora, já veem uma flexibilidade maior, com taxa em 9,63%. Para 2025. a projeção da Selic permaneceu em 9%. Já para 2026, houve elevação de 8,5% para 8,63%.
Inflação e PIB
O Boletim Focus desta semana traz uma ligeira revisão da inflação para este ano. O IPCA deve terminar o ano em 3,72%, previsão 0,01 ponto menor que da semana passada. A meta para este ano é de 3%, com um limite de tolerância até 4,5%.
Os analistas também revisaram a estimativa de crescimento da economia. Segundo o Focus, o PIB deve variar 2,05% neste ano, ligeiramente acima dos 2,02% projetados na semana passada. A visão do mercado ainda é menos otimista que a do governo, em 2,2%. Nas últimas semanas, organismos internacionais também revisaram as estimativas de crescimento da economia brasileira. O FMI prevê uma alta de 2,2%, já a OCDE projeta um avanço menor, de 1,9% para este ano.