Em uma semana, Trump taxou 23 países – e Brasil ficou com a maior tarifa; veja lista
Presidente dos EUA pretende elevar imposto sobre importações brasileiras de 10% para 50% a partir de 1º de agosto

Não só o Brasil foi o único dos países onde a aplicação de tarifas comerciais pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se misturou com razões puramente políticas, como também é o que teve a maior tarifa entre as dezenas de nações que entraram na lista de novas taxações de Trump na última semana. As implicações políticas e econômicas disto para o Brasil são o tema de reportagem especial da revista VEJA desta semana.
Em um espaço de poucos dias desde a segunda-feira, 7 de julho, o presidente norte-americano enviou cartas de notificação aos líderes de 23 países, todas também divulgadas em seu perfil na rede Truth Social, informando um aumento nas tarifas sobre os produtos que os EUA importam de cada um deles em relação àquelas que já havia anunciado em seu último grande “tarifaço”, em abril. Em um evento grandioso marcado à época, Trump elevou as cobranças aplicadas sobre mais de 150 países – muitas delas, porém, adiadas ou revistas depois.
Em meio à frustração de conseguir realizar mais acordos desde então, no sentido de fazer os parceiros comerciais flexibilizarem suas atuais barreiras contra os produtos americanos, como o feito com o Vietnã na semana passada, Trump inciou a segunda-feira seguinte com uma nova rodada de tarifaços.
Em 7 de julho, foram enviadas as primeiras 14 cartas a um grupo de países que incluem Japão, Malásia e Coreia do Sul. Outros oito – incluindo o Brasil – receberam suas notificações na quarta-feira, 9. O Canadá, por fim, entrou para a lista na quinta-feira 10. Todas as novas tarifas, até segunda ordem, devem entrar em vigor em 1º de agosto.
No caso do Brasil, o aumento foi brutal: o país saiu dos 10% que havia ganhado no tarifaço de abril, e que é o piso, ou seja, a tarifa mais baixa criada por Trump para todos os países, para 50%,a ser aplicado sobre todos os produtos que os Estados Unidos compram do Brasil, uma lista que inclui aviões, siderurgia, petróleo, celulose, café, carnes e tantos outros. Para todos os outros 22 países sobretaxados nesta semana, a nova cobrança varia de 20% a 40%. Veja a lista completa: