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Emprego: falta de experiência é barreira para 77% dos jovens

Estudo feito pela empresa de pesquisa em tendências Trendsity e pelo McDonald's aponta as expectativas dos brasileiros para o primeiro emprego

Por Leticia Fuentes Atualizado em 16 jan 2018, 19h35 - Publicado em 16 jan 2018, 17h49
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  • A exigência de experiência anterior é a maior barreira na hora de arranjar o primeiro emprego para 77% dos jovens brasileiros, aponta um levantamento feito pela empresa argentina de pesquisa em tendências Trendsity e pelo McDonald’s. Somada a essa dificuldade, a falta de oportunidade, citada por 69% dos entrevistados, e a falta de confiança nas novas gerações, mencionada por 68%, são os três maiores empecilhos na hora de ingressar no mercado de trabalho.

    A pesquisa, chamada “Nós acreditamos nos jovens”, analisou dados de 1.800 pessoas (50% homens e 50% mulheres) de 16 a 27 anos no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru. No Brasil, foram 500 participantes, dos quais 80% afirmaram querer um trabalho que priorize o bem-estar e os estudos como primeira experiência. Além disso, 63% dizem que esperam valorização e apoio por parte dos empregadores.

    Outros dados que chamam atenção dizem respeito às experiências que os jovens esperam adquirir com o primeiro emprego. Trabalho em equipe e aprender idiomas aparecem em primeiro lugar, com menção de 44% dos entrevistados. Já desenvolver a criatividade (40%), liderança (35%) e dicas para empreender (28%), aparecem em terceiro, quarto e quinto lugar no ranking das expectativas.

    Mercado de trabalho

    A estudante de veterinária Liz Coimbra, de 18 anos, está em busca do primeiro estágio. A motivação principal é conquistar o próprio dinheiro e ajudar a mãe com as contas – talvez, até bancar a mensalidade do curso particular. Mas, além da falta de oportunidade, Liz deparou com uma grande desvalorização dos jovens que estão tentando entrar no mercado.

    “O ideal, para mim, seria trabalhar já na minha área, mas a cada dia percebo quanto essa realidade está distante”, diz. “Também gostaria de poder ganhar salário, mas a maioria dos estágios para iniciantes em veterinária é sem remuneração. Não vou dizer que não ficaria grata por conseguir todo o aprendizado que um estágio me daria, mas sem nenhum retorno financeiro é desanimador.”

    O problema é que, por mais contraditório que pareça, é difícil conseguir um primeiro emprego se você não tem experiência. “Parece que ninguém quer ter o fardo de nos ensinar pela primeira vez”, desabafa a estudante.

    Mesmo para quem tem alguma experiência, encontrar um primeiro trabalho não é tarefa fácil. Daniel Trugillo, de 24 anos, acaba de terminar a licenciatura em física e, apesar de ter feito estágio obrigatório em escolas públicas durante a faculdade, ainda não conseguiu ter seu primeiro trabalho como professor. A solução foi, então, se especializar – ingressou em um mestrado para melhorar o currículo e aliviar as despesas com o pouco dinheiro que ganharia da bolsa de estudos, mas não deixou as buscas de lado.

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    “Queria dar aula em escola particular, porque é mais fácil de encaixar os horários com o mestrado. Mas, normalmente, os professores são muito experientes e bem mais velhos do que eu, além de passar vários anos lecionando em uma mesma escola. Então não existem tantas oportunidades”, afirma.

    Plano B

    Ao contrário de Liz, para Daniel a prioridade não é o dinheiro, mas a conveniência. “Aceitaria receber menos para trabalhar em um lugar que fosse relativamente perto para mim, assim eu conseguiria conciliar com a pós-graduação.”

    Mesmo assim, sabendo que não seria fácil conseguir um bom salário na área, o jovem afirma que já está de olho em um plano B. Ele disse que está aprendendo sobre investimentos e mercado financeiro. “Sabia que essa vida de professor seria difícil, então pensei que seria bom ter uma educação financeira para tentar garantir algum dinheiro fora da sala de aula”, diz.

    Liz afirma também estar de olho em outras oportunidades. “Se não conseguir trabalhar com animais e saúde, vou ter de correr atrás de trabalhos mais comuns, como secretária ou atendente de supermercado. É uma coisa que não gostaria de fazer, preferiria ganhar experiência na minha área, mas é o que pretendo fazer se não conseguir estágio”, lamenta.


    O que os jovens brasileiros esperam de um primeiro emprego?

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    Quais são as principais barreiras na hora de procurar emprego?

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    O que procuram em um empregador?

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    O que buscam aprender?

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    Fonte: Estudo “Nós acreditamos nos jovens”, desenvolvido pela Trendsity

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