Emprego formal é mais difícil para homem acima de 40 anos, aponta Caged
Dados do Ministério do Trabalho apontam, ainda, que a remuneração máxima dos trabalhos formais criados no país em 2018 não supera dois salários mínimos
Os trabalhadores homens com 40 anos ou mais são os que encontram mais dificuldade para se recolocar no mercado de trabalho formal do país neste ano.
Levantamento feito por VEJA nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira, 18, pelo Ministério do Trabalho, mostram que, de janeiro a abril, as demissões para este grupo superaram as admissões em 64.319 postos de trabalho.
Para as mulheres da mesma faixa etária, o mercado de trabalho também segue desafiador em 2018. No total, foram perdidos 35.923 empregos com carteira assinada no primeiro quadrimestre do ano.
Se consideradas todas as faixas etárias, os profissionais de 40 anos ou mais são os únicos que, até agora, mês após mês, só veem postos de trabalho sendo fechados. O saldo negativo de janeiro a abril já é de 100.242 vagas.
As dificuldades para os quarentões se contrapõem à retomada, ainda que bastante tímida, que o restante do mercado de trabalho vem experimentando em 2018.
O resultado de abril do Caged, divulgado nesta sexta, mostrou a criação de 115.898 postos de trabalho em abril, o melhor resultado para o mês dos últimos cinco anos, e o quarto mês consecutivo de geração de vagas formais.
O problema é que a qualidade dessas vagas, e a sua remuneração, ainda deixam muito a desejar. Por exemplo, de acordo com os dados do Caged, as contratações formais neste ano somente superaram as demissões em empregos que pagavam até dois salários mínimos. Em todas as faixas salariais acima disso, empregos CLT foram perdidos, em especial aquelas vagas cuja remuneração ficava entre 1.908 reais e 2.862 reais.
A maior parte desses empregos de baixos vencimentos se concentra no setor de serviços, que apresenta no ano um saldo positivo de 247.476 vagas, seguido pela indústria (105.007 vagas formais criadas), e a construção civil (33.502 postos). Já o comércio e a agropecuária derrubam o otimismo com a recuperação econômica. Cada um fechou, respectivamente, 70.585 e 4.341 vagas de janeiro até abril.