Na manhã desta sexta-feira, 7, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que em abril o número de empregos criados no país foi de 266 mil. O resultado está muito aquém da expectativa do mercado, que aguardava uma criação de 978 mil vagas, de acordo com estimativas compiladas pela agência Bloomberg. A taxa de desemprego, por sua vez, ficou em 6,1%, ligeiramente mais alta do que em março (6%).
Para a cotação da moeda americana, isso significa mais desvalorização ante as outras moedas globais. Se por um lado os dados decepcionaram a respeito da velocidade da recuperação do país da pandemia de Covid-19, por outro eles animam os investidores quanto à permanência dos incentivos fiscais trilionários do governo Biden. O que interessa diretamente o Brasil e pode ter impactos no real. Além disso, confirmam a fala de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sobre a necessidade de a política monetária estimulativa permanecer pelo menos até 2023.
Por isso, logo após a divulgação dos dados, os títulos do Tesouro Americano para dez anos, os ativos mais importantes do mundo, porque balizam a força do dólar, chegaram a despencar 8 pontos. Por volta das 10h20, no horário de Brasília, arrefeceram a queda e passaram a cair 4 pontos. Além disso, o DXY, índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, caía 0,39% por volta das 10h30 no horário de Brasília. Já o dólar comercial estava a 5,24 reais, queda de 0,75% em relação ao fechamento anterior.
“Os dados confirmam a tese de Jerome Powell de que uma tolerância sobre a inflação é necessária para a recuperação do pleno emprego no país”, diz Thomás Gibertoni, analista da Portofino investimentos. Nesta semana, uma fala da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, gerou uma preocupação do mercado sobre se os incentivos monetários poderiam ser diminuídos mais cedo por causa da inflação. As informações desta sexta mostram que o país ainda está longe de uma recuperação econômica robusta.