Empresas japonesas alertam: Trump pode ser um desastre para os negócios
Tarifas mais altas, guerra comercial com a China e ameaças à indústria automotiva estão no centro das preocupações dos empresários japoneses, segundo pesquisa

Nove em cada dez empresas japonesas dizem que as políticas de Donald Trump na presidência dos Estados Unidos são ruins para os negócios. A pesquisa divulgada pela Reuters nesta quinta-feira, 20, mostra a crescente preocupação no Japão que é o investidor estrangeiro direto dos Estados Unidos. Tarifas mais altas, guerra comercial com a China e ameaças à indústria automotiva estão no centro das preocupações dos empresários japoneses. O levantamento foi feito pela Nikkei Research, que entrevistou 233 empresas anonimamente.
Cerca de 86% dos entrevistados disseram que as medidas políticas de Trump teriam um efeito adverso ou ligeiramente adverso em seu ambiente de negócios, enquanto o restante espera um impacto positivo ou ligeiramente positivo.
Desde que assumiu a presidência dos Estados Unidos, há um mês, Trump impôs tarifas de 25% sobre aço e alumínio, além de 10% sobre produtos chineses, e ameaçou Canadá e México com novas tarifas, que acabaram suspensas por 30 dias, após acordo. Ele também ordenou planos para tarifas recíprocas contra países que taxam importações dos EUA e medidas contra barreiras não tarifárias. Nesta quinta-feira, 20, o presidente Lula, em entrevista à rádio Tupi do Rio de Janeiro, voltou a dizer que se o presidente americano impuser tarifas, o Brasil vai reagir e afirmou que Trump está tentando ser imperador do mundo.
A percepção negativa das políticas de Trump entre as empresas japonesas aumentou significativamente em relação ao mês anterior, quando o percentual de empresas que viam impacto adverso foi de 73% .
Entre as empresas que veem as políticas de Trump de forma positiva, 37% destacaram a desregulamentação e os cortes de impostos, enquanto outros 37% apontaram o incentivo à produção de combustíveis fósseis. Apesar disso, 16% das empresas adotaram uma postura mais cautelosa em relação a investimentos nos EUA, enquanto 80% não planejam mudanças.