Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
ASSINE VEJA NEGÓCIOS

EMS: A fórmula para engordar os lucros

Ao apostar em biotecnologia e inovação, empresa avança rumo ao mercado global de medicamentos para obesidade e diabetes

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 31 out 2025, 06h00

A trajetória da EMS é daquelas que raramente se veem na indústria farmacêutica. Criada em 1964 pelo empreendedor Emiliano Sanchez, a empresa saiu das prateleiras modestas de um pequeno laboratório para ocupar o topo do mercado brasileiro… — e agora mira o mundo. Com receita líquida de 7,7 bilhões de reais em 2024, é a maior do setor por esse indicador. Seu lucro líquido de 850 milhões, com retorno de 58% sobre o patrimônio, está entre os motivos de despontar como a melhor das farmacêuticas neste ranking das TOP30. O impulso mais recente vem de um filão que revolucionou o negócio global de medicamentos: os tratamentos contra obesidade e diabetes, área que transformou a dinamarquesa Novo Nordisk em ícone de inovação e rentabilidade.

Carlos Sanchez, presidente do conselho: tecnologia brasileira
Carlos Sanchez, presidente do conselho: tecnologia brasileira (Ronny Santos/Folhapress/.)

O símbolo mais eloquente dessa transformação é a nova fábrica de peptídeos da EMS, em Hortolândia (SP) — a primeira e única do tipo no país —, erguida com investimento superior a 1 bilhão de reais. É ali que ganham forma as canetas Olire e Lirux, versões nacionais à base de liraglutida, princípio ativo usado em tratamentos de controle de peso e glicemia, lançadas em agosto. “Desenvolvemos um produto no país, com tecnologia brasileira, do zero”, afirma Carlos Sanchez, presidente do conselho de administração e herdeiro da família fundadora. Em pouco mais de um mês, as vendas superaram em 20% as projeções iniciais, um indício do apetite do mercado por alternativas eficazes e mais acessíveis.

A EMS projeta que o mercado de medicamentos para obesidade e diabetes poderá movimentar mais de 20 bilhões de reais por ano a partir de 2026, divididos em partes iguais entre o Brasil e as exportações, com foco especial nos Estados Unidos. A vocação internacional não é novidade: a empresa já vende para 55 países. No Brasil, está presente em 95% dos pontos de venda farmacêuticos. O que muda agora é o salto tecnológico proporcionado pela fábrica de peptídeos em Hortolândia e o domínio da síntese de princípios ativos, avanços que colocam a companhia em um novo estágio, o de produtora completa, da molécula ao medicamento. “As farmacêuticas do futuro serão muito mais do que estruturas comerciais”, diz Grazielle Alves, gerente sênior da consultoria EY-Parthenon. “Cada vez mais, elas atuarão como pontes entre ciência, cuidado e experiência do paciente.” A especialista diz que a nova fronteira da indústria passa pelo avanço dos fabricantes locais na produção de biossimilares e no desenvolvimento de moléculas inéditas no país, um movimento que pode redefinir o papel do Brasil no mapa global da inovação farmacêutica.

Continua após a publicidade

Todo ano, a EMS destina 6% da receita a pesquisa e desenvolvimento — segundo a empresa, é o maior investimento proporcional do setor na América Latina. São 800 pesquisadores dedicados a projetos que vão de genéricos complexos a terapias biotecnológicas. Num momento em que a indústria busca o “Ozempic brasileiro”, a EMS aposta que a inovação feita no país pode se tornar seu grande diferencial competitivo.

Publicado em VEJA, outubro de 2025, edição VEJA Negócios nº 19

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

SUPER BLACK FRIDAY

Digital Completo

O mercado não espera — e você também não pode!
Com a Veja Negócios Digital , você tem acesso imediato às tendências, análises, estratégias e bastidores que movem a economia e os grandes negócios.
De: R$ 16,90/mês Apenas R$ 3,99/mês
SUPER BLACK FRIDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Veja Negócios impressa todo mês na sua casa, além de todos os benefícios do plano Digital Completo
De: R$ 26,90/mês
A partir de R$ 9,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$47,88, equivalente a R$3,99/mês.