Enchentes no RS tiveram pouco impacto na atividade econômica em maio
IBC-Br mostra que maiores perdas foram sentidas pela indústria

O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) avançou 0,25% em maio em relação ao mês anterior, informou o Banco Central nesta segunda-feira, 15. O desempenho do índice, considerado pelo mercado como a “prévia do PIB”, veio ligeiramente abaixo da mediana de projeções, que estimava alta de 0,30% no período. Os analistas avaliam, no entanto, que o resultado sustenta a visão de uma atividade econômica resiliente no país.
Gabriel Couto, economista do Santander, analisa que “maio foi um mês de resultados maioritariamente positivos para a atividade econômica”, especialmente considerando que os impactos negativos do desastre climático no Rio Grande do Sul foram menores do que o esperado.
“O efeito do desastre natural no RS aparentemente se concentrou na queda da indústria”, destacou Alexsandro Nishimura, economista e sócio da assessoria de investimentos Nomos. Em maio, a produção industrial recuou 0,9% na comparação mensal. Já o varejo indicou expansão (+1,2%), enquanto os serviços permaneceram estáveis (+0,0%).
Rafael Perez, economista da Suno Research, avalia que a expansão de maio teve como protagonista o crescimento do varejo, que compensou a queda na indústria a estabilidade dos serviços. “Ao longo do ano, a atividade econômica tem sido impulsionada pelo mercado de trabalho aquecido, pelo crescimento dos rendimentos dos trabalhadores e da massa salarial, além das melhores condições de acesso para o crédito”, afirma. A Suno projeta expansão de 2,1% do PIB para 2024 — crescimento apoiado sobretudo pelo avanço da demanda no varejo e nos serviços.
Diante da surpresa positiva de maio, o Santander elevou sua projeção para o PIB do segundo trimestre para 0,3% em relação ao trimestre anterior. Antes, a estimativa era de 0,2%. O banco destaca, no entanto, que ainda existe a possibilidade de que junho mostre um impacto atrasado das enchentes do RS na atividade econômica. Para o PIB de 2024, a previsão de crescimento segue em 2%.
A Nomos também não alterou suas previsões para o fim do ano, com PIB mantido em 2,2%.
Sobre o IBC-Br
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) é um indicador criado pelo Banco Central para antecipar a tendência da economia brasileira. O índice é calculado mensalmente, com base em uma série de informações sobre a atividade econômica, incluindo dados de produção da indústria, comércio, serviços e agropecuária.