ASSINE VEJA NEGÓCIOS

Enquanto os juros caem no exterior, Brasil fez movimento inverso em 2024

A resiliência da inflação brasileira, puxada por alimentos e serviços, é um dos motivos para o aperto na política monetária

Por Márcio Juliboni Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 28 dez 2024, 08h00

Após manter taxas de juros elevadas por mais de dois anos, necessárias para debelar a inflação causada pelo desarranjo da economia global depois da pandemia de covid-19, os principais bancos centrais do mundo finalmente inverteram a rota. O Banco Central Europeu puxou a fila em junho, ao baixar a taxa do bloco de 4,5% para 4,25% ao ano. Em novembro, os europeus já contavam com juros básicos de 3,4%. O Banco Central da Inglaterra fez o mesmo em agosto, com um recuo de 0,25 ponto percentual em sua taxa, para 5% ao ano. Na reunião seguinte, os juros recuaram para 4,75%. O movimento mais aguardado por investidores, contudo, era o início dos cortes da taxa básica dos Estados Unidos. Do início de 2022 a meados de 2023, o Federal Reserve catapultou os juros americanos de 0,25% para 5,5% anuais. Após muita expectativa, o Fed finalmente baixou a taxa em 0,5 ponto em setembro. Dois meses depois, anunciou um novo recuo, para 4,75%.

Enquanto seus pares afrouxavam a política monetária, o Banco Central brasileiro caminhou na contramão. Na mesma quarta-feira de setembro em que o Fed iniciou seus cortes, o Comitê de Política Monetária (Copom) lançava uma nova rodada de alta da taxa Selic. Com um ajuste de 0,25 ponto percentual, os juros subiram para 10,75% ao ano.

A resiliência da inflação brasileira, puxada por alimentos e serviços, é um dos motivos para o aperto na política monetária. No acumulado de doze meses até outubro, a inflação chegou a 4,76%, acima do teto da meta de 4,5%. O outro é a dívida pública, que escalou de 72% para 79% do PIB em apenas vinte meses. A preocupação com as contas públicas uniu Roberto Campos Neto, cujo mandato de presidente do BC acaba em 31 de dezembro, e seu sucessor, Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária. Em dezembro, quando o Copom elevou a Selic para 12,25%, ambos endossaram a dura nota sobre a decisão, que sinalizava mais duas altas de 1 ponto percentual até março de 2025 se a inflação não ceder. Galípolo se parece cada vez mais com Campos Neto, para desgosto do presidente Lula, que o considera um “menino de ouro”.

Publicado em VEJA de 20 de dezembro de 2024, edição nº 2924

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas R$ 5,99/mês*
ECONOMIZE ATÉ 59% OFF

Revista em Casa + Digital Completo

Nesta semana do Consumidor, aproveite a promoção que preparamos pra você.
Receba a revista em casa a partir de 10,99.
a partir de 10,99/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a R$ 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.