Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Entenda o caminho da reforma da Previdência até a promulgação

Texto com alteração nas aposentadorias e benefícios previdenciários precisa do apoio de três quintos dos deputados e senadores para que possa valer

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 fev 2019, 16h13 - Publicado em 11 fev 2019, 13h03
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, se reúnem nesta segunda-feira, 11, para bater os detalhes da proposta de reforma da Previdência que será encaminhada ao presidente Jair Bolsonaro. Após a escolha do texto pelo Executivo, a reforma passa por um longo caminho até que seja aprovada e mude a relação do brasileiro com a aposentadoria. O maior desafio é o apoio ao Congresso, já que 3/5 dos deputados e senadores precisam apoiar a reforma. Ou seja, nenhuma mudança deve ser feita do dia para noite, dando tempo para o trabalhador planejar sua aposentadoria.

    Após Bolsonaro decidir pela proposta que o governo quer aprovar, o texto é remetido ao Congresso Nacional e aí sim, começa-se a tramitação, na Câmara dos Deputados. De acordo com o presidente da casa, Rodrigo Maia, a proposta deve seguir o rito normal de tramitação, e a previsão é que o texto possa ser aprovado até julho nas duas casas.

    Apesar do texto ainda não ter sido apresentado, o governo Bolsonaro já sinalizou que pretende alterar o regime previdenciário de trabalhadores da iniciativa privada e servidores públicos, fixando uma idade mínima para aposentadoria, que pode ser igual para homens e mulheres, e criando um regime de capitalização para trabalhadores que forem entrar no mercado de trabalho.

    Na Câmara

    O texto precisa de um parecer da Comissão de Constituição e Justiça para avançar na casa. O objetivo é verificar se o texto fere preceitos constitucionais ou regras do orçamento.

    Caso tenha parecer positivo, a matéria passa para análise de uma comissão especial. É neste momento que o texto passa por negociações políticas e pode ser alterado pelos parlamentares. Os participantes são designados pelos líderes dos partidos após a formação do colegiado. A comissão tem entre 11 e 40 sessões para dar um parecer favorável ou contrário ao texto. Apesar de muito importante, um parecer negativo nessa altura não impede que o texto seja votado pelos parlamentares.

    Continua após a publicidade

    Após passar por uma comissão, a PEC (proposta de emenda constitucional) segue para o plenário da Câmara. É necessário o apoio de 308 dos 531 deputados em dois turnos de votação. Pelo regimento interno da casa, é necessário ter um intervalo de cinco sessões entre as votações.

    No Senado

    Se aprovado, o texto chega ao Senado onde precisa passar novamente pela Comissão de Constituição e Justiça. Os senadores devem analisar a adequação da proposta à Constituição, orçamento, redação e também o mérito da proposta.

    Se considerada válida pela CCJ, segue para o plenário do Senado, onde também deverá passar por duas votações e receber apoio de 3/5 dos senadores, ou 49 votos.

    Continua após a publicidade

    Caso os senadores façam alguma alteração no texto que veio da Câmara, a reforma deverá voltar para que os deputados possam votá-lo novamente. Se houver novas alterações na Câmara, a proposta retorna ao Senado. O vai e volta continua até que as duas casas aceitem o mesmo texto. Com a aprovação, a reforma é promulgada, sendo assim, não precisa passar pela caneta de Bolsonaro para valer.

    Reforma de Temer

    A reforma proposta pelo governo anterior, que previa fixar a idade mínima para a aposentadoria em 62 anos para mulheres e 65 para homens chegou ao Congresso em 5 de dezembro de 2016. Em 15 de dezembro, foi aprovada pela CCJ.

    A Comissão Especial foi criada em 9 de fevereiro de 2017, após o recesso parlamentar. O relatório foi aprovado após 20 sessões da comissão, entre reuniões e audiências públicas, em 9 de maio. Pouco mais de um mês depois, o texto chegou a mesa da Câmara, mas não foi colocado em votação.

    Continua após a publicidade

    A PEC 287, encaminhada ao Congresso pelo ex-presidente Michel Temer, emperrou quando chegou ao plenário da Câmara por não ter o número suficiente de votos para a aprovação. O governo Bolsonaro chegou a cogitar aproveitar a PEC de Temer para agilizar a tramitação na casa, porém, é mais provável que seja apresentado um novo texto e a tramitação comece do zero.

    Planejamento

    O presidente do Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev), Roberto de Carvalho Santos, salienta que além do texto constitucional, a reforma deve contar com alguns outros projetos de lei em caráter de regulamentação para passar a valer. O especialista chama atenção que na minuta da proposta vazada na semana passada é que a reforma deve ser desconstitucionalizada. Há um dispositivo para aumento na idade mínima caso a expectativa de vida suba, por exemplo. “Todas essas coisas farão com que as mudanças demorem um pouco mais para entrar em vigor. Não é hora de se desesperar”, disse.

    Conforme mostrado por VEJA, a possibilidade de reforma provocou uma correria os postos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em janeiro. Foram 234.000 pedidos de aposentadoria durante o primeiro mês do ano, 28,6% a mais do que o mesmo período do ano passado.

    Publicidade

    Publicidade
    Imagem do bloco

    4 Colunas 2 Conteúdo para assinantes

    Vejinhas Conteúdo para assinantes

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.