EUA aceleram venda de petróleo estocado para tentar conter alta dos preços
Arábia Saudita e Rússia seguem ditando o ritmo do preço do petróleo, que é vendido a 85 dólares o barril
Os estoques de petróleo nos Estados Unidos caíram 5,9 milhões de barris na semana passada, segundo dados do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês). O recuo foi maior do que o projetado por alguns economistas, de 1,7 milhão de barris. O país mantém estoques da ordem de 440 milhões de barris e produz 12 milhões de barris por dia.
O governo americano, visando frear a alta do petróleo, vem vendendo reservas estratégicas desde o início da guerra na Ucrânia, no ano passado. O barril de petróleo Brent, uma das referências internacionais, está sendo vendido a 85 dólares, o que já é considerado um patamar alto, visto que há pouco meses ele custava 70 dólares. O desafio dos EUA é derrubar os preços para o antigo patamar. A estratégia não está sendo bem-sucedida. O presidente americano, Joe Biden, já afirmou que recompraria o petróleo quando a cotação do barril chegasse a 70 dólares, mas o movimento até agora segue sendo apenas de venda. “Como estamos vendo, os preços estão bastante acima disso, o que demonstra que eles não estão conseguindo controlar os preços”, diz João Abdouni, analista da corretora Levante.
O consumo global de petróleo atualmente é de 102 milhões de barris ao dia. Os maiores produtores, a Arábia Saudita, que anunciou recentemente cortes na produção para evitar maiores quedas dos preços internacionais, e a Rússia, seguem liderando o mercado.
A tentativa fracassada de controle pelos EUA e o forte avanço dos preços do petróleo no exterior forçaram a Petrobras, aqui no Brasil, a reajustar, no início da semana, os preços da gasolina e do diesel.